Pároco da Catedral culpa a imprensa por “dessacralizar” a Semana Santa


Em entrevista à Rádio O POVO/CBN, nesta sexta-feira, o padre Clairton Alexandrino, da Catedral Metropolitana de Fortaleza, criticou a imprensa por ter “dessacralizado” a Semana Santa, período em que os cristãos devem refletir sobre a importante da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
“A imprensa dessacraliza esse período definindo-o como feriadão ou feriado prolongado”, acentuou o religioso, lamentando que, dessa forma, perde-se o valor maior dessa época, fazendo com que o profano prevaleça sobre o sagrado.
Padre Clairton aproveitou para convocar os cristãos a reflexões e a participar dos atos da Semana Santa. Na Igreja Católica, não há missas nesta sexta-feira santa, mas reflexões em torno do Senhor morto, a partir das 15 horas, em todas as paróquias. Na Catedral, haverá procissão pelas principais ruas do Centro.

O texto acima está no blog do jornalista Eliomar Lima, atento companheiro do Jornal O Povo, desta capital.


Agora, PENSO EU

Os clássicos e os chamados pro pau
Na minha distante meninice, a sexta feira da paixão era, na verdade, um dia sagrado. Havia recolhimento, jejum, silencio, introspecção e, nas igrejas, ainda as imagens cobertas com mantos roxos. Havia uma espécie de uma parada para a reflexão, onde as famílias passavam o dia quietas. A comida era peixe, mas muitas jejuavam como homenagem ao sofrimento de Cristo, como exposto pela Igreja católica.
E havia caso interessante que hoje cedo, ouvindo o rádio, trouxe à memória mais à tona. A Rádio Iracema, a única da cidade até o fim dos anos 50, a vida inteira dirigida pelo saudoso e querido José Maria Soares e depois por mim, já agora, nos anos 80, tambem guardava o dia santificado. Na sexta feira santa a Rádio Iracema passava a manhã inteira em silencio, transmissores fora do ar.
As quatro horas da tarde, um pouco antes da procissão do Senhor Morto, depois de um gongo, a R[adio Iracema ia ao ar e se colocava no ar, músicas sacras, ou grandes obras clássicas, nem sempre bem entendidas pelo próprio programador, que à época a gente chaava de discotecário.
Vulgarmente a molecada brincava que a Sexta Feira da Paixão, era o dia em que o dr,. Guarany Montalverne ouvia rádio. - Hoje é o dia do dr. Guarany, brincavam os que não entendiam o bom gosto do grande médico pelos clássicos que ouvia no recolhimento de seu gabinete de estudos, em casa, perto do Palácio do Bispo, ao qual um dia fui honrado com o convite para um uisque e um Bach no prato do toca-discos, ou na radiola grande, da Teleunião.
Nem sei se de fato o dr. Guarany ouvia a rádio Iracema na Seta Feira Santa, mas seu nome e seu bom gosto entraram para a história de Sobral, da Sobral do meu tempo que guardo, como guardo hoje o grande dia da cristandade, remetido que sou a pensar no passado do meu povo, os critãos novos, como bem recorda o deputado federal Padre José Linhares Ponte, cristão novo como todos nós os Ferreira da Ponte e os Linhares.
Esta postagem é uma velha lembrança que ouso por na rua das minhas saudades, pelo menos até que chegue amanhã,sábado de aleluia, quando em Sobral pipocavam os panfletos de versos imorais mas apócrifos e os "chamados pro pau", geralmente feitos na madrugada nas casas dos zangados, dos que davam cavaco com a lembrança de seus nomes pelos galhofeiros de então.
Até diria seus nomes, ou, pelo menos os nomes dos suspeitos, mas respeito suas memórias, pelo menos até que crie coragem de escrever meu livro de memórias, felizmente ainda vívidas, repito, da distante infancia. Amém.

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