Os ânimos se acirraram na Câmara Municipal de Fortaleza. O anúncio da criação de uma Frente, denominada “Por Amor a Fortaleza”, em defesa da prefeita Luizianne Lins (PT) provocou bate-boca. De um lado, Carlos Mesquita (PMDB), autor da proposta. Do outro, João Alfredo (PSol), que interpretou o fato como tentativa de responsabilizar a oposição pelos problemas enfrentados pela administração municipal. A sessão chegou a ser suspensa por dez minutos.
Ontem, ao utilizar a tribuna, Carlos Mesquita, contrariado, disse estar elaborando um movimento em defesa de Luizianne. Segundo ele, os ataques à petista ultrapassaram as paredes da Assembleia Legislativa do Ceará e, agora, instalaram-se no Congresso Nacional, além de ganhar destaque nacional, como as matérias publicadas pela revista Veja em suas penúltimas edições. “Não podemos ficar parados ante a um bocado de gente safada que quer o pior para Fortaleza, fazendo críticas levianas à Prefeitura. Precisamos dar resposta e calar a oposição”, salientou.
Mesquita ressaltou ainda que a campanha da oposição tem animado a prefeita. Apesar dos contratempos ocasionados pela chuva, Mesquita garantiu que os projetos têm sido desenvolvidos pela Prefeitura, observando a inauguração do Estádio Presidente Vargas no último domingo.
“MANIQUEÍSMO”
Embora considere legítima a propositura, João Alfredo, utilizando o tempo destinado à oposição, afirmou que não aceitaria “maniqueísmo” em torno dos fatos. Ele, por sua vez, disse não aceitar a justificativa de que defender a prefeita, ou a gestão municipal significa defender a cidade.
João considerou “fichinha” a oposição feita à atual gestão municipal, caso comparada à administração do ex-prefeito Juraci Magalhães. “Não foi instalada nenhuma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a administração, requerimentos de pedido de esclarecimentos são rejeitados, apresenta-se, ao mesmo tempo, três propostas de CPIs somente pela presunção de que poderia ser apresentado requerimento contra a administração”, citou. Antes do bate-boca, o vereador Vitor Valim (PHS) já havia reclamado que qualquer solicitação que “fere” os interesses da atual gestão era barrada pela base aliada.
Para o líder da prefeita na Casa, vereador Ronivaldo Maia (PT), a culpa não é da oposição. Mas, herança de governos anteriores, que coloca em “xeque” a administração petista.
PREOCUPAÇÃO
A iniciativa, por sua vez, preocupou o ex-presidente da Casa, vereador Salmito Filho (PT). “Se hoje, ou amanhã, ou ontem, termos parlamentares que façam proposição , somente, porque estão na oposição e se tornarem governo mudarem bruscamente de opinião é uma ameaça ao Parlamento”, destacou. Salmito lamentou a constatação que, segundo ele, não contribui em nada com o Poder Legislativo.
Laura Raquel, da Redação do Jornal O Estado
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