Oposição adia sabatina e dá o ‘troco’ a Roberto Gurgel
Folha
A oposição trazia Roberto Gurgel atravessado na traquéia desde que o procurador-geral decidiu não procurar as causas da pujança patrimonial de Antonio Palocci.
Nesta segunda (11), Gurgel recebeu o troco de ‘demos’ e tucanos. Deu-se numa sessão da comissão de Justiça do Senado.
Reconduzido ao cargo por Dilma Rousseff, o chefe do Ministério Público tem de ser sabatinado na comissão e referendado em plenário.
Os operadores do Planalto planejavam matar a questão neste comecinho de semana. Deu chabu.
Líder do DEM, Demóstenes Torres (GO) foi ao microfone para recordar um detalhe aos colegas.
Resolução da comissão de Justiça prevê: apresentado o nome da autoridade, abre-se prazo de cinco sessões para que os senadores analisem a matéria.
Noutros tempos, a regra sempre foi ignorada. Mediante acordo, os partidos atropelavam os prazos.
O problema é que esse tipo de acordo exige concordância unânime. E Demóstenes fincou o pé.
"Desde 2007, quando a regra foi criada, abrimos diversas exceções. Temos que parar com isso", disse ele.
Foi apoiado pelo líder tucano Alvaro Dias (PR) e endossado pelo colega Aécio Neves (PSDB-MG).
O dissenso levou ao adiamento da sabatina de Gurgel. Como o Congresso vai ao recesso na semana que vem, a coisa ficou para agosto.
O mandato de Gurgel expira em 22 de julho. Privado da confirmação do Senado, ele terá de deixar temporariamente a cadeira de procurador-geral.
Responderá interinamente pelo posto Eugênio Aragão, atual vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Mais cedo, como que farejando o cheiro de queimado, Gurgel dissera: “Qualquer período de interinidade é um período em que a administração é precária”.
Ao dar de ombros, a oposição responsabilizou Dilma pela precariedade. A presidente conhece –ou deveria conhecer— os prazos do Senado, alegou-se.
“Nada pessoal”, disseram todos. Mas Demóstenes não se privou da oportunidade de fustigar Gurgel.
Disse que, no caso de Palocci, o procurador-geral "agiu mais como homem de governo do que como homem de Estado".
Nenhum comentário:
Postar um comentário