O Ministério Público Federal no Amazonas apura, em inquérito civil público aberto em 2009, o possível enriquecimento ilícito de Gustavo Pereira, filho de Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes.
A empresa que tem Gustavo como sócio, Forma Construções, recebeu R$ 450 mil da Socorro Carvalho e Cia. pela compra de um apartamento. Segundo o Portal da Transparência, a Socorro recebeu repasses do Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes, da ordem de R$ 3 milhões em 2007 e R$ 4,2 milhões em 2008.
O inquérito do MPF, que deve investigar conflito de interesses nas decisões do ministério, tem caráter sigiloso e deve ser concluído nos próximos meses.
De acordo com informações do jornal O Globo, dois anos após ser criada com um capital de R$ 60 mil, a Forma Construções apresentou um patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%.
O ministro Alfredo Nascimento, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter sido notificado ou questionado pelo Ministério Público Federal sobre investigações que envolvem seu filho. O ministro disse ainda que, caso venha a ser instado, ele se apresentará “imediatamente para prestar os esclarecimentos que venham a ser solicitados”.
Nascimento informou não manter vínculos comerciais ou empresariais com dirigentes da Socorro Carvalho, assim como seus familiares. Segundo a assessoria, “o depósito a que O Globo se refere decorre da venda de imóvel, transação registrada na declaração de imposto de renda de seu filho”. Nascimento disse que a “Socorro Carvalho é uma empresa de navegação que atua na região amazônica e, assim como as outras empresas do setor, recebe os ressarcimentos obrigatórios previstos na legislação que regula as atividades vinculadas a esse segmento”.
As empresas não foram localizadas pelo R7 para comentar o caso.
Mais denúncias
A nova investigação se soma a outras denúncias que ameaçam a permanência de Nascimento no cargo. Reportagem publicada na revista Veja no último sábado (2) diz que pessoas ligadas ao ministério cobram propina de empresas prestadoras de serviço – empreiteiras e consultorias envolvidas na construção e reforma de estradas.
Segundo a publicação, empreiteiros repassam a funcionários do ministério 4% do valor que recebem pelas obras. No caso de consultorias responsáveis pela elaboração dos projetos das obras, o índice seria de 5%. Esse pagamento seria essencial para a vitória de empresas em processos de licitações para construção de estradas e ferrovias.
No mesmo dia em que as denúncias foram publicadas, o ministério divulgou nota dizendo ter afastado quatro servidores da cúpula da pasta. Em nota, Nascimento afirmou nega que tenha autorizado qualquer “ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes”.
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