Por Elvira Sena
(da Redação)
Parte das dunas da Praia do Futuro, em Fortaleza, virou cenário para as mais diferentes manifestações religiosas neste começo de semana. Em pleno feriadão, com a capital cearense comemorando o dia da padroeira, Nossa Senhora da Assunção, umbandistas e pessoas apaixonadas pelas religiões afro-brasileiras homenageavam Iemanjá. Um ponto alto das festas aconteceu no final da manhã de ontem, com vários grupos no meio da praia.
Em trechos da avenida Alberto Sá, o destaque ficou por conta dos ônibus de turismo, estacionando na região com dezenas de adeptos, trazidos de várias cidades do interior. “Todos os anos a gente vem para cá. É tradição”, frisou a umbandista Ana Lúcia Rogério, de Quixadá. “Nem pensar em passar um 15 de agosto sem olhar para o mar, rezar um pouquinho e pedir ajuda para conseguir superar as dificuldades”, afirmou o estudante João Paulo Silva, que mora em Fortaleza e a tem familiares no interior. “Se não der para vir até à Praia do Futuro, a gente procura outra praia, mas tem que passar pelo mar e pedir a benção”, frisou a dona de casa Natalia Costa, 53, seguidora de Umbanda há 20 anos.
Imagens da “Rainha dos Mar”; tambores e pandeiros e muitas pessoas vestidas de branco tomaram conta da cena durante toda a manhã. Nas proximidades das avenidas Alberto Sá e Dioguinho, organizadores de terreiros de Umbanda e Candomblé se reuniram para dançar e mandar oferendas.
Como Raíla Cunha, organizadora de um terreiro no bairro Tancredo Neves, ela conta que há 32 anos participa das festas a Iemanjá na praia. Segundo ela, pelo menos 200 adeptos passaram pelo terreiro na praia por causa das homenagens. Com tanta gente, Raíla ainda lamenta. “A movimentação já foi bem maior. O problema agora é a questão da segurança. As pessoas têm medo”.
Mas, a questão da segurança não desanimou quem decidiu ir à praia no começo da semana para prestar as homenagens. Até quem não segue a Umbanda expressa a simpatia pelos tambores e no meio da praia, “Não me ligo em religião, mas respeito e acho muito bonito”, disse o surfista Bruno Girão, 29. “Não dá para passar por aqui e não dar uma olhada quando são realizados momentos assim”, completou o também surfista Ítalo Magalhães, 28.
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