Pimentel nega atrito com PMDB por sua indicação à liderança no Congresso

O senador José Pimentel (PT) é o novo líder do governo no Congresso. Antes mesmo da publicação no Diário Oficial, ele participou ontem da reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff, além de ministros e líderes do governo na Câmara e no Senado. Após reunião, Pimentel descartou qualquer mal-estar com o PMDB. Isso porque ele assume o lugar deixado pelo deputado Mendes Ribeiro (PMDB/RS), que, no mês passado, foi indicado para o Ministério da Agricultura depois da saída de Wagner Rossi, envolvido em suspeitas de irregularidades na Pasta. Segundo o petista, a base aliada de Dilma Rousseff tem “maturidade” para costurar acordos e ceder espaços. “Nós chegamos a uma maturidade que permite que façamos acordos, entendimentos em torno da unidade da nossa base aliada”, disse.
Pimentel afirmou ainda que sua prioridade será acompanhar as discussões do Orçamento de 2012. Porém, não comentou temas polêmicos. Questionado sobre a votação da emenda 29, que regula os recursos para a Saúde, marcada para o fim do mês na Câmara, Pimentel disse que vai trabalhar apenas pela orientação do Palácio do Planalto e não quis revelar sua posição pessoal sobre a matéria.
Ao jornal O Estado, Pimentel afirmou que o governo federal já cumpre a sua obrigação, destinando 10% das receitas líquidas para Saúde. Entretanto, alguns municípios e estados não cumprem com o percentual, respectivamente, 12% e 15% da sua arrecadação. O líder não falou na criação de um novo imposto da Saúde como alguns governadores defendem. Apenas, que “vou seguir a orientação da presidente. Ela já disse que é preciso de uma fonte de recurso.”
Por outro lado, Pimentel observou que existem várias alternativas para buscar recursos para Saúde. Uma delas, segundo ele, seria o seguro de veículos e motos. Isso porque parte dos pacientes de média e alta complexidade é decorrente de acidentes automobilísticos. Outra fonte é aumentar a taxação de cigarros e bebidas alcoólicas, que provocam doenças e acidentes.

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Outra prioridade, segundo o novo líder, é a ampliação dos direitos das micro e pequenas empresas. Ao O Estado, Pimentel afirmou que a presidente Dilma Rousseff sugeriu que até o dia cinco de outubro, Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, seja possível aprovar a legislação do setor.
Pela proposta, de acordo com ele, o teto de enquadramento do empreendedor individual seria elevado de R$ 36 mil para R$ 60 mil. No caso das micro e pequenas empresas, a elevação passaria de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 mi, sem alteração da carga tributária. Ou seja, uma redução significativa, segundo ele, no setor que já somam mais de R$ 5,4 milhões no País. Somente, no Ceará, já existem 180 mil micro e pequenas empresas formais.

ELEIÇÃO 2012
Indagado se o novo cargo aumentaria suas chances dentro do PT para disputar a Prefeitura de Fortaleza em 2012, Pimentel afirmou que cumpre tarefas dentro do partido e, agora, seu foco é a liderança do governo federal no Congresso. “Eu já estava me dedicando fortemente ao Senado e agora vou ajudar a presidente Dilma nessa nova tarefa”, salientou.
José Barroso Pimentel é advogado, bancário e foi eleito senador em 2010. Exerceu o cargo de ministro da Previdência Social de 2008 a 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi eleito deputado federal por quatro mandatos consecutivos, tendo exercido o cargo de relator-geral do Orçamento da União, em 2008. (colaborou Tarcísio Colares)

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