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DOMINGO - Passeio Público é palco para a arte teatral


Sorrisos de criança, olhos arregalados e o encantamento de quem vê uma fadinha verde entre árvores. Na Praça do Passeio Público, o domingo já é repleto de bons ares, natureza e pequenos correndo. Ontem, o espetáculo teatral Balagan levou ainda mais cor à manhã. Público feliz e os atores, do grupo paulista Paralados anjos, romanticamente satisfeitos. As cestas de piquenique, o cheirinho de mar e a sombra das árvores compuseram também o espetáculo. A apresentação fez parte da programação do I Festival de Teatro Infantil do Ceará (TIC), que teve início sábado (1) e segue até o dia 7 de outubro em Fortaleza, e do dia 8 a 12, em Sobral. Fugindo das histórias “da carochinha”, o evento traz um novo perfil do teatro para os pequenos. “As peças teatrais para crianças são sempre cheias de paradigmas, como cenário colorido e voz infantilizada dos atores. Queremos mostrar que esse entretenimento pode ser diferente”, explicou o diretor artístico do festival, Emídio Sandreson. Outro objetivo das 18 apresentações, de 25 grupos teatrais, é formar a futura plateia do teatro no Ceará. A depender dos aplausos e interação das cerca de 30 crianças que viram a fadinha fazer piruetas pendurada no Baobá centenário da praça, isso já está certo. Sofia, um ano e sete meses, aproveitava o dia fantasiada. Colã cor de rosa e saia com babados era o figurino da bailarina, como nas histórias que escuta. “Ela quer ir para todo lugar assim”, disse a mãe, Carolina de Paula. “Viemos à praça quase todos os domingos e ver as peças infantis é importante, para ela já ir acostumando com a arte. A televisão não pode substituir a beleza de uma apresentação ao vivo”, analisou Carolina, confirmando que o Ceará precisa incentivar a cultura de ir ao teatro. E nada na telinha seria mesmo maior do que os aplausos intensos das mãozinhas pequenas parabenizando pelo espetáculo. PAIS E FILHOS “Olha, filho, estão mostrando como brincar de bola”. “Olha o sapato dele mamãe”. “Ela vai voar”. Estas frases empolgadas descreviam o diálogo entre pais e filhos, interagindo e apreciando figurino, feições e movimentos dos atores. Para o diretor do festival, é fundamental que os espetáculos despertem a atenção, também, dos pais. “A criança precisa que alguém a leve ao teatro, por isso, fazer com que os pais interajam e gostem dos espetáculos, é importante”, opinou. Lucas, dois anos, que foi ao Passeio Público fazer fotos para o convite de seu aniversário, literalmente, não piscava os olhos ao ver o homem de terno que tocava violino enquanto a tal fadinha pulava. “Quando eu era criança, nunca tive a oportunidade de ver peças assim. Para ele, faço questão. Principalmente quando é em lugares assim, lindos, e ainda sem pagar nada. É a cultura mais perto do povo”, salientou a mãe de Lucas, Ginna Martins.

“MANHÃ DE CUPIDO” “Hoje foi uma manhã de cupidos. Foi tudo romântico. Fizemos, atores e crianças, uma viagem ao passado, tudo aconteceu no tempo deste Baobá”, disse o ator Marcos Becker. Seu trabalho não faz uso de textos formais e tem destaque na ação dos atores e paisagem cênica. “Acrobacias e efeitos especiais são importantes, sem ninguém precisar sentar para contar história”, acrescentou. A tentativa de fazer as crianças “entrarem” na história, se identificando e sendo protagonistas da arte, deu certo. Marcos destaca: “Nós começamos com algumas bolas e entregamos às crianças. No fim do espetáculo, elas mesmas vieram e devolveram. Isso mostra que elas sabem que era arte e não apenas a bola para brincar”.

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