
O deputado Lula Morais (PC do B) rasgou ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, a edição da revista Veja que trouxe denúncias contra o seu correligionário ministro do Esporte, Orlando Silva, e voltou a desqualificar o policial militar João Dias Ferreira, o acusador. Na segunda-feira, João Dias disse que entregou áudios à Polícia Federal que corroboram suas acusações de que existe um esquema de desvios de verbas no Ministério do Esporte. Entre os áudios, segundo o policial, está a gravação de uma reunião que fez com funcionários da Pasta para resolver a prestação de contas de um de seus convênios. Ele informou, contudo, que as gravações não registram Orlando Silva, fato destacado por Lula Morais. “A reportagem teve grande repercussão na política nacional. Se um órgão de imprensa do porte dessa revista abre suas páginas para ouvir um assassino, bandido, ladrão, essa revista é mentirosa e não merece credibilidade. O objetivo dela é fazer com que nosso governo seja atingido”, disse o comunista, com os olhos marejados, dilacerando o exemplar da Veja.
DISTRIBUIÇÃO DE VERBAS Lula também contestou matéria do jornal O Estado de S. Paulo segundo a qual Orlando Silva alimentou com verbas do programa Segundo Tempo a rede de militantes que o PC do B instalou em prefeituras e secretarias municipais de Esporte controladas pelo partido, entre elas as de Sobral e Fortaleza. Segundo Lula, não há favorecimento ao partido comunista. “Dos 182 convênios existentes com prefeituras, 38 são com o PT; 32 com o PMDB; 15 com o PSDB; 15 com o DEM; 15 com o PC do B; 14 com o PDT; 11 com o PSB; nove com o PPS”. Dito isto, o deputado voltou a bater na Veja e nos veículos que reproduzem informações por ela publicadas. “Continuam querendo mexer na nossa honra. Já tiraram nossas vidas, nossa liberdade, mas não tiram nossa honra. Essa revista mente, e os ventríloquos da mentira e da calúnia ficam reproduzindo”. As denúncias contra Orlando Silva, concluiu Lula, têm por fundo o “anticomunismo, o conservadorismo daqueles que não aceitam que o povo tenha Bolsa Família, Segundo Tempo, emprego”.
“FOLHETIM DAS ELITES” Para o petista Antonio Carlos, líder do governo Cid, a Veja “é um instrumento da direita brasileira que não suporta que estejamos reconstruindo o Brasil. Não merece credibilidade. Sou a favor da total liberdade de imprensa. É proibido proibir. Mas se assumam publicamente. [A Veja] é um folhetim de péssimo gosto das elites brasileiras. Mas o povo não tá caindo no conto do vigário de setores da mídia”.
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