
Tá no josias
Os aliados do governo no Congresso, como se sabe, podem ser a favor de tudo ou absolutamente contra qualquer outra coisa. Tudo depende das compensações.
Na votação da DRU, alguns senadores realizam um ataque pragmático à hipocrisia. Em busca de resultados, abandonam os últimos resquícios de escrúpulos e prudidos.
Expoentes da banda pragmática, os senadores Clésio Andrade (PR-MG) e Zezé Perrela (PDT-MG) estão entre os governistas que emprestaram suas assinaturas à oposição.
A dupla rubricou emendas que o DEM e o PSDB tentam pendurar no projeto que dá a Dilma Rousseff poder para fazer o que quiser com R$ 62 bilhões do Orçamento.
Acionada pelo Planalto, a turma do ‘deixa-disso’ tenta convencer Clésio e Perrela a retirar seus jamegões das peças oposicionistas.
Ambos se dispõem, obviamente, a ouvir os apelos. Mas reivindicam uma taxa de sucesso. Exigem do governo três coisas:
1. A criação de um Tribunal Regional Federal com sede em Belo Horizonte.
2. A nomeação de uma desembargadora mineira, Assusete Magalhães, para o STJ.
3. A liberação de verbas para a obra de duplicação da BR-381, que liga Belo Horizonte ao município de João Monlevade.
Para tornar viáveis suas emendas à DRU, a oposição precisa do apoio de 27 senadores. Dona de 18 assinaturas, havia colecionado 28 na semana passada.
A turma do ‘deixa-disso’ arrastou para fora da manobra dois governistas desgarrados: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Paulo Davin (PV-RN).
Feita a lipoaspiração, a oposição foi reduzida a 26 rubricas. Falta uma para que o fim de ano do governo seja convertido em inferno.
A proposta da DRU precisa ser votada em dois turnos. A primeira votação ocorrerá nesta quinta (8).
Sem emendas, o segundo turno acontecerá no dia 21, a 48 horas do início do recesso parlamentar do fim de ano.
Com emendas, o texto volta à Comissão de Justiça e o calendário do Planalto vai para o beleléu. Daí o assédio da turma do ‘deixa-disso’ aos clésios e aos perrelas.
Para que a DRU seja prorrogada até 2015, como deseja Dilma, o projeto tem de ser aprovado até 31 de dezembro.
No limite, o Planalto teria de convocar extraordinariamente o Congresso. Um vexame que Dilma prefere evitar.
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