Karina Vieira
Cadê minha gorjeta?
“Não dou gorjetas”, disse o personagem de Steve Buscemi na memorável cena de Cães de Aluguel, primeiro filme de Quentin Tarantino.
Nem tente fazer isso aqui em Nova York. Aqui gorjeta não é lei, mas é obrigatório. É norma. Tem pouco a ver com a qualidade do serviço. Sim, a gorjeta é maior quando o serviço é melhor. Mas sempre se deixa algo, mesmo com o pior dos atendimentos.
Turista tem fama de dar pouca ou nenhuma gorjeta. Muitas vezes porque não sabe se ou quanto deve deixar. O que muita gente que vem de fora não sabe é que, em muitos casos, esses trabalhadores ganham nada ou quase nada além dessas gorjetas.
Quanto deixar pode ser um mistério até pra quem mora aqui. O valor vai de um dólar (à moça que cuida do banheiro) a 100% do valor do serviço (aos engraxates).
Abaixo algumas regras que são uma espécie de consenso sobre as políticas da gorjeta da cidade:
No restaurante
Dez em cada dez garçons fazem cara feia na falta de gorjeta. Talvez você até precise de um buraco pra se esconder de vergonha quando eles te seguirem pela rua exigindo o dinheiro deles. A praxe é entre 15-20% do valor da conta (sim, 10% é pouco). Mas, fique atento: a gratificação geralmente está incluída na conta de grupos de mais de seis pessoas.
Dez em cada dez garçons fazem cara feia na falta de gorjeta. Talvez você até precise de um buraco pra se esconder de vergonha quando eles te seguirem pela rua exigindo o dinheiro deles. A praxe é entre 15-20% do valor da conta (sim, 10% é pouco). Mas, fique atento: a gratificação geralmente está incluída na conta de grupos de mais de seis pessoas.
No bar
Deixe ao bartender um dólar por cada bebida. Caso contrário, corre o risco de não ser servida a segunda rodada. À pessoa que mantém o banheiro limpo, só é preciso deixar um trocado na primeira vez. Um dólar é mais do que suficiente.
Deixe ao bartender um dólar por cada bebida. Caso contrário, corre o risco de não ser servida a segunda rodada. À pessoa que mantém o banheiro limpo, só é preciso deixar um trocado na primeira vez. Um dólar é mais do que suficiente.
No táxi
Tem uma razão pela qual os motoristas de táxi preferem corridas curtas: quanto mais clientes, mais “tips”, que devem ser de, no mínimo, 15%. Às vezes, o mais fácil é deixar o troco. Por exemplo, se a corrida deu 8 dólares, deixe 10.
Tem uma razão pela qual os motoristas de táxi preferem corridas curtas: quanto mais clientes, mais “tips”, que devem ser de, no mínimo, 15%. Às vezes, o mais fácil é deixar o troco. Por exemplo, se a corrida deu 8 dólares, deixe 10.
No hotel
Deixe entre dois e cinco dólares por dia às camareiras e fique tranquilo. Reza a lenda que elas não lavam os lençóis e toalhas dos “ingratos”. E não, aquele rapaz que te ajudou a carregar a bagagem não estava simplesmente sendo gentil. Ele espera um dólar por cada mala. Aquele outro que chamou um táxi e ainda abriu a porta pra você entrar também espera mais que um “thank you”. Um dólar pra ele também.
Deixe entre dois e cinco dólares por dia às camareiras e fique tranquilo. Reza a lenda que elas não lavam os lençóis e toalhas dos “ingratos”. E não, aquele rapaz que te ajudou a carregar a bagagem não estava simplesmente sendo gentil. Ele espera um dólar por cada mala. Aquele outro que chamou um táxi e ainda abriu a porta pra você entrar também espera mais que um “thank you”. Um dólar pra ele também.
No cabelereiro
A etiqueta é 20% da conta. Se deixar menos de 10%, não volte ao mesmo salão. Se voltar, procure outro cabelereiro. Ele poderia lembrar de você e sabe-se lá do que seria capaz de fazer com suas madeixas.
A etiqueta é 20% da conta. Se deixar menos de 10%, não volte ao mesmo salão. Se voltar, procure outro cabelereiro. Ele poderia lembrar de você e sabe-se lá do que seria capaz de fazer com suas madeixas.
No metrô
Só deveriam se sentir obrigadas a deixar gorjeta aquelas pessoas que ficaram paradas mais de, sei lá, 10 minutos, assistindo à alguma performance. Em outros casos, é opcional. Mas se você gostou do que viu ou ouviu, não custa contribuir com um artista desempregado, não é?
Só deveriam se sentir obrigadas a deixar gorjeta aquelas pessoas que ficaram paradas mais de, sei lá, 10 minutos, assistindo à alguma performance. Em outros casos, é opcional. Mas se você gostou do que viu ou ouviu, não custa contribuir com um artista desempregado, não é?
Karina Vieira é jornalista e mora em Nova York há 10 anos.
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