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Fim das preocupações com Demóstenes


  • Senado cassa mandato de Demóstenes Torres



    Pedro Ladeira/Frame
    Demóstenes Torres discursa durante sessão que cassou seu mandato no Senado
    Demóstenes Torres discursa durante sessão que cassou seu mandato no Senado
O Senado cassou nesta quarta-feira (11) o mandato de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO, atualmente sem partido) por quebra de decoro parlamentar. A cassação veio pouco mais de quatro meses após a prisão do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em uma operação da Polícia Federal que investigou as relações do bicheiro com vários políticos, policiais e empresários.
Foram 56 votos a favor da cassação, 19 votos contra, 5 abstenções e 1 ausência. Eram necessários 41 votos para que a cassação fosse aprovada.

Processo contra Demóstenes Torres no Senado

Foto 52 de 66 - 11.jul.2012 - O o relator do processo de cassação do mandato de Demóstenes Torres, senador Humberto Costa (PT-PE), foi o primeiro a subir à tribuna do Senado nesta quarta-feira (11). Ele criticou "pérolas" de Demóstenes durante o processo, que disse por exemplo que "mentir não é decoro parlamentar" Mais Geraldo Magela/Agência Senado
A sessão do Senado que cassou o mandato de Demóstenes começou às 10h10 e durou pouco mais de três horas. 
Com a cassação, o ex-líder do DEM fica inelegível até 2027 (oito anos após o fim da legislatura para o qual foi eleito), quando terá 66 anos. Além disso, ele perde o foro privilegiado e seu processo poderá deixar de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal para ser julgado apenas pela Justiça Federal de Goiás. 
Com a saída de Demóstenes, o DEM recupera a sua vaga no Senado e o sucessor natural ao cargo é o primeiro suplente, Wilder Pedro de Morais (DEM). Por ironia, ele é ex-marido de Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira.
A trajetória do então senador era marcada por críticas pesadas a políticos desonestos. Demóstenes era um dos primeiros parlamentares a criticar a falta de ética de colegas e de membros do governo.
Sobre Renan Calheiros, por exemplo, o goiano disse: "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", criticando o colega acusado de cometer irregularidades em 2007.
Nem seu próprios companheiros de partido eram poupados. "Defendo sempre a expulsão sumária", disse o então senador Demóstenes Torres sobre o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envolvido em 2009 no escândalo do mensalão do DEM.

Veja frases de Demóstenes Torres, antes e depois da crise

Foto 22 de 23 - 10.jul.2012 - "Agora sobrevivente de uma atrocidade sem precedentes, me sinto mais maduro para legislar", disse Demóstenes Torres no dia que antecede a votação no plenário do Senado que pode cassar seu mandato Mais 10.jul.2012 - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Sessão de cassação

A sessão do Senado que culminou na cassação começou às 10h desta quarta-feira. O primeiro a discursar na tribuna foi o senador Humberto Costa (PT-PE), que foi relator do caso no Conselho de Ética e encaminhou seu parecer pela cassação de Demóstenes. Depois dele, falou senador Pedro Taques (PDT-MT), que foi relator na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado). Após a fala dos dois, discursaram os demais parlamentares que se inscreverem, começando pelo senador Mário Couto (PSDB-PA).

Em sua defesa, tanto Demóstenes quanto seu advogado criticaram a imprensa e afirmaram que o agora ex-senador foi vítima de um massacre público. "Hoje cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai o rei de paus, não fica nada", disse Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), lembrando Ivan Lins, ao falar na tribuna do Senado nesta quarta-feira (11). Alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Casa, o parlamentar se comparou a Jesus Cristo, disse que foi perseguido como "um cão sarnento" e afirmou que a Casa praticará política de dois pesos e duas medidas se o cassar, já que sua situação é similar à do relator de seu processo, Humberto Costa (PT-SE).

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