SARA OLIVEIRA
saraoliveira@oestadoce.com.br
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Uma modalidade de violência que ameaça a sensação de segurança em coletivo e o uso da cidade. Pela terceira vez, em 2012, a Via Expressa foi palco de um arrastão. Na noite de segunda-feira (23), durante a interdição da avenida e seu consequente engarrafamento, motoristas foram surpreendidos por um grupo armado. Uma ação difusa, executada de forma rápida e com performances específicas, aproveitou a vulnerabilidade no trânsito e provocou pânico na população.
O crime aconteceu por volta das 23 horas, no cruzamento com a avenida Padre Antônio Tomás. Um caminhão apresentou problemas e, até que o veículo fosse removido, a Via Expressa teria de ficar interditada. Foi neste momento, enquanto filas de carros formavam-se, que os assaltantes agiram. Policiais do Ronda Quarteirão foram acionados, mas nenhuma prisão foi registrada.
A falta de mobilidade e de qualidade das (e nas) vias fortalezenses, o grande número de buracos, a iluminação deficitária e a ausência de equipamentos complementares ao uso dos espaços urbanos facilitam a ocorrência de arrastões. “É a observação de grupos organizados frente à vulnerabilidade de um outro grupo, exposto e sem capacidade de defesa, encurralados”, explicou o pesquisador do Laboratório de Estudos da Conflitualidade e Violência (Covio), Geovani Jacó Freitas.
POTENCIALIZAÇÃO DO MEDO
O arrastão, de acordo com o especialista, representa a violação do coletivo e a potencialização do medo. “A ação ameaça a proteção de estar em grupo. Não é mais o controle de um indivíduo sobre o outro, mas de grupos, pondo em risco a confiança de estar junto a outras pessoas”, detalhou Geovani. Contribuindo para a sensação de fragilidade das vítimas estão a rapidez do crime, que “arrasta” suas vítimas e a forma específica como é executado. “Os bandidos comunicam-se, gritam e aparentam ter o total controle da situação. Os motoristas, sem ter para onde ir, apavoram-se ainda mais”, acrescentou.
A localização onde ocorrem os arrastões é tipificada: ambientes com uma capilaridade geográfica que favorece à dispersão dos bandidos e impede a mobilidade dos policiais. “A tendência é de aumento, resultado do medo. Cada vez mais os grupos estão se tribalizando, com eventos ou condomínios fechados. Isso também leva o crime a se reestruturar e, portanto, organizar-se para ter acesso a estes lugares”, completou o especialista.
Para Geovani, o combate aos arrastões precisa de outra forma de policiamento, com policias nas ruas, nas casas e fazendo parte da dinâmica da sociedade, que também precisa ser corresponsável pela sua segurança. O uso de tecnologias informacionais, como câmeras de monitoramento, também são essenciais. “É preciso pensar a segurança pública além da ação policial. Na obra do acaso, a Polícia não estará lá”, frisou o pesquisador.
O arrastão, de acordo com o especialista, representa a violação do coletivo e a potencialização do medo. “A ação ameaça a proteção de estar em grupo. Não é mais o controle de um indivíduo sobre o outro, mas de grupos, pondo em risco a confiança de estar junto a outras pessoas”, detalhou Geovani. Contribuindo para a sensação de fragilidade das vítimas estão a rapidez do crime, que “arrasta” suas vítimas e a forma específica como é executado. “Os bandidos comunicam-se, gritam e aparentam ter o total controle da situação. Os motoristas, sem ter para onde ir, apavoram-se ainda mais”, acrescentou.
A localização onde ocorrem os arrastões é tipificada: ambientes com uma capilaridade geográfica que favorece à dispersão dos bandidos e impede a mobilidade dos policiais. “A tendência é de aumento, resultado do medo. Cada vez mais os grupos estão se tribalizando, com eventos ou condomínios fechados. Isso também leva o crime a se reestruturar e, portanto, organizar-se para ter acesso a estes lugares”, completou o especialista.
Para Geovani, o combate aos arrastões precisa de outra forma de policiamento, com policias nas ruas, nas casas e fazendo parte da dinâmica da sociedade, que também precisa ser corresponsável pela sua segurança. O uso de tecnologias informacionais, como câmeras de monitoramento, também são essenciais. “É preciso pensar a segurança pública além da ação policial. Na obra do acaso, a Polícia não estará lá”, frisou o pesquisador.
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