Foi só o que se falou durante toda a semana. Corintianos ou não. A primeira final do segundo clube de maior torcida no País movimentou toda a nação do futebol. Seria o fim da pirraça de anticorintianos na Libertadores? O direito de alvinegros de não ouvir piadas a rodo a cada competição? Foi. Foi! Em sua 10a participação no Continental, aos 102 anos de vida, o Corinthians é, enfim, campeão da Libertadores, soberano da América do Sul. E de que maneira: invicto, calando o poderoso Boca na grande final. Agora, 9 a 4 para a Argentina em finais.
Grande parte disso, a nação corintiana deve ao atacante Emerson. O Sheik já havia marcado na semifinal, contra o Santos, e dado o passe magistral para Romarinho empatar na Argentina. Ontem, foi a vez dele marcar na final. E tirou o atraso. Com dois gols no segundo tempo, o atacante ratificou seu protagonismo na conquista histórica. O nome do Timão na Libertadores. Por outro lado, a “Nação” também pode agradecer a Riquelme, que não foi, nem de longe, o temido maestro.
O primeiro tempo, em resumo, foi tenso e truncado. O Boca tinha mais posse de bola, mas o Corinthians era mais agudo. Quando chegava, levava mais perigo. E, como não poderia deixar de ser, aos 3 minutos de jogo, a primeira confusão, logo controlada com cartões amarelos para Mouche e Chicão.
Aos 16, o Corinthians levou perigo pela primeira vez, num prelúdio do que viria. Emerson passou pelo meio de dois argentinos na lateral da grande área, próximo à linha de fundo, mas foi desarmado antes de chutar, já perto da pequena área. Aos 30, mais um golpe de sorte corintiana: o goleiro Orión, do Boca, não resistiu e pediu substituição, lesionado. Drama para o titular, oportunidade para o reserva. Sebastián Sosa, que defendeu o Peñarol na decisão contra o Santos, em 2011, entrou em seu lugar para perder a segunda seguida para brasileiros.
Mas o Pacaembu explodiu mesmo em euforia aos 8 do segundo tempo: após bola levantada na área em cobrança de falta, Danilo quase deixou escapar e tocou de calcanhar, meio de “coice”, no contrapé da defesa argentina e deixando Emerson na cara do gol. Mais uma vez, o Sheik brilhou. Só deslocou o goleiro e saiu para o abraço. Atordoado, o Boca só ameaçou aos 26 minutos, também em bola alçada na área, mas parou em Cássio. No minuto seguinte, a consagração corintiana e de Emerson: o atacante roubou bola na saída de bola, arrancou e só tocou na saída do goleiro. Segundo dele e gol do título do Timão. Jogo controlado até o fim, foi só esperar o apito final para juntar-se à torcida, em polvorosa.
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