Há
materiais de construção por todo lado e o portão de entrada não está
feito. O improviso são emendas de madeiras que impedem pessoas
adentrarem ao local. Madeiras, entulhos e vigas de ferro, juntamente com
escadas e salas inacabadas, compõem o cenário mostrando que ainda há
muito por fazer.
A
estrutura elétrica também ainda está sendo montada, a fiação
encontra-se exposta. Moradores do conjunto São Cristóvão, no bairro
Jangurussu, e entorno ainda vão ter que esperar pelo menos seis meses
para utilizarem os serviços de capacitação profissional, lazer e cultura
do Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Regional
VI, denominado Luiz Gonzaga. É que o equipamento, inaugurado na última
segunda-feira (31) pela ex-prefeita Luizianne Lins, não está em
condições para dar início às atividades.
Em
visita ao Cuca Luiz Gonzaga, ontem pela manhã, o coordenador de
Juventude da Prefeitura de Fortaleza, Élcio Batista, afirmou que, apesar
do espaço já ter sido apresentado à população, não está em estado de
operar, provavelmente, pelos próximos cinco a seis meses. Segundo ele, o
que está sendo possível utilizar pelos moradores, até então, são o
campo de areia e a pista de skate, que ficam na parte externa do Centro
de Cultura. Élcio avaliou que essa situação preocupa, pois tais
instrumentos não poderão receber manutenção até a entrega total da obra.
“A parte de fora, que está sendo utilizada, não tem manutenção nenhuma.
Muito provavelmente, quando esta obra terminar, poderá estar degradada e
será necessário fazer uma reforma nessa parte externa”, frisou.
Ainda
de acordo com o coordenador, na parte interna do Cuca, a ex-prefeita
entregou, apenas, a piscina e a quadra poli-esportiva, concluídas em
98%, e que só poderão ser utilizados quando o restante for entregue. “O
coração da obra não está pronto. O coração do Cuca é a área de
formação, voltada para a qualificação de jovens, onde permitirá a
inserção deles no mercado de trabalho e a realização de sonhos na área
de cultura ou de esporte”, disse.
O
secretário da Regional VI, Renato Lima, considerou a inauguração
precipitada. “Estamos diante de uma obra que foi inaugurada sem a menor
condição de ser entregue. Eu diria que foi um ato político da gestão
anterior para inaugurar uma obra onde não tinha, minimamente, as
condições de utilização. Foi precipitada”.
PRAZOS VENCIDOS
De acordo com Élcio Batista, o contrato de prazo de entrega do Cuca da
Regional VI vence agora dia 25 de janeiro, e o prazo da construção já
foi aditivado no máximo permitido por legislação que é de 25%. “Nós não
podemos mais aumentar esse contrato. Estamos numa força tarefa para
entregar à população o equipamento funcionando, em perfeitas condições,
prestando serviço para o qual ele foi pensado”.
Outro
fator que está preocupando a Coordenação de Juventude de Fortaleza é a
construção do teatro dentro do Cuca Luiz Gonzaga. Segundo o coordenador,
o teatro ficou fora do contrato e, portanto, será preciso realizar uma
nova licitação para garantir recursos na construção, e o processo
licitatório poderá demorar cerca de três meses. Até o momento, o teatro
só tem as paredes levantadas.
Élcio
garantiu que toda equipe estará trabalhando para entregar o equipamento
aos moradores do Jangurussu o mais rápido possível, ainda este ano. “A
coordenação e orientação do atual prefeito, Roberto Cláudio, é que a
gente trabalhe de manhã, tarde e noite para resolver os problemas
relacionados aos Cucas”, afirmou.
Sobre
a contratação de profissionais e divulgação da programação, Élcio disse
que foi informado de que a seleção de pessoal já foi realizada e que
fará uma análise dos candidatos escolhidos, se estiverem em condições
irão ocupar as vagas pelas quais se candidataram, mas que não poderia
estipular um prazo para a contratação. Da programação, falou que não
poderiam fazer isso agora sem que as obras estejam terminadas.
CUCAS DAS REGIONAIS IV e V
Conforme o coordenador, o Cuca Chico Anysio, da Regional V, próximo à
lagoa do Mondubim, que também já foi inaugurado, deverá ser entregue
100% entre 60 e 90 dias. Já o Cuca da Regional IV, localizado na Avenida
Borges de Melo, teve obras iniciadas em meados de agosto e setembro,
mas foram paralisadas. “A construtora fez uma primeira medição no valor
de R$ 650 mil, aproximadamente. O dinheiro não foi pago e por isso
parou”, disse Élcio.
A
obra do Cuca da Regional IV está orçada em R$ 16 milhões, e o recurso
previsto é uma emenda do deputado federal Artur Bruno, de R$ 6 milhões.
“Mesmo com essa emenda, nós precisaríamos de mais 10 milhões. A emenda
está tramitando em Brasília e ninguém sabe se vai ser liberada, e ainda
precisamos arranjar mais 10 milhões do orçamento do município para
construção do cuca regional IV, então é um grande desafio que nós temos
também”, avaliou o coordenador.
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