Foi
grave, imensamente grave, a denúncia feita pelo Bispo Diocesano
do Crato, Dom Fernando Panico, de que estava sendo ameaçado de
morte por cidadão do Juazeiro. Diante da gravidade da denúncia
foi natural a posição da CNBB e de diversos membros da
Igreja de sair em solidariedade ao prelado, não apenas como uma
ação corporativista, mas como uma atitude de defesa dos
direitos humanos. Provavelmente, Dom Fernando Panico tenha feito essa
denúncia, na instância própria que é a polícia,
registrando o devido Boletim de Ocorrência fornecendo todos os
dados e indícios para a investigação policial.
Cabe às autoridades de Juazeiro envidar todos os esforços,
até mesmo pedir ajuda técnica à Polícia
Federal para a elucidação do caso, porque essa denúncia
não pode parar no ar sem elucidação para não
respingar na História Gloriosa da Terra do Padre Cícero.
A apuração deve ir até o fim ou para apontar o
culpado ou para processar o denunciante por denúncia caluniosa.Recordo
que a chegada de Dom Fernando Panico, como bispo da Diocese do Crato
foi saudada com alvissareira pela população do Juazeiro,
porque havia alguns indícios que indicavam que o novo prelado
do Crato era um defensor da Nação Romeira e até
circulava informação de que ele se dizia “curado”
por intercessão do Padre Cícero. Foi imenso e transbordante
o carinho demonstrado pela população ao novo bispo da
Diocese do Crato. Esses fatos estão registrados nos diversos
eventos em homenagem a Dom Fernando Panico, no Juazeiro.As tensões
com as atitudes tomadas por Dom Fernando Panico junto ao povo do Juazeiro
nasceram quando ele decidiu, em primeiro lugar, afastar Monsenhor Francisco
Murilo de Sá Barreto, que por quase quarenta
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ou mais fora vigário da Matriz de Nossa Senhora das Dores. O
Padre Murilo, como era conhecido, era amado não só por
todo o povo do Juazeiro, por toda a Nação Romeira, a ponto
de ser aclamado com Vigário do Nordeste. O povo do Juazeiro julga
que quando o Padre Murilo tomou conhecimento da decisão episcopal
de afastá-lo do vicariato do Juazeiro, ficou tão traumatizado
que morreu poucos dias após ser informado da intenção
de Dom Fernando Panico de destituí-lo das funções
de Vigário da Terra do Padre Cícero. Essas tensões
sociais quase se tornam revolta popular contra Dom Fernando Panico quando
ele, querendo anular judicialmente uma alienação de imóvel
de que fora de proprietária a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo
do Socorro. Esse imóvel foi legado pelo Padre Cícero Romão
Batista em seu Testamento Cerrado. Na gestão do então
bispo da Diocese do Crato Dom Newton de Holanda Gurgel o imóvel
foi vendido. Dom Fernando Panico, querendo anular essa venda, acusou
o Padre Murilo de prevaricação. A sociedade de Juazeiro
repudiou essa indigitada e revoltante atitude do bispo da Diocese do
Crato. Esse processo ainda se encontra na Justiça em primeiro
grau, arrastando-se com querelas jurídicas previstas no Código
Processual. Alguns cidadãos do Juazeiro, percebendo a galopante
dilapidação do patrimônio legado pelo Padre Cícero
à Matriz de Nossa Senhora das Dores e às diversas Capelas
da cidade, começaram a questionar o direito de que se atribui
Dom Fernando Panico de alienar bens deixados pelo Padre Cícero
para que a Matriz de Nossa Senhora das Dores e as Capelas
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da
cidade,
de modo especial a Capela de Nossa Senhora do Socorro, porque
lá estão sepultadas sua mãe, suas irmãs,
lá está o túmulo destinado desde 1914 à
Beata Maria de Araújo, seu amigo querido José Joaquim
Teles Marrocos e onde ele também foi sepultado. .Por essa
razão, a sociedade de Juazeiro passou a exigir e inquirir
de Dom Fernando Panico as razões de tais vendas e o destino
do produto financeiro dos bens do Juazeiro que estão sendo
vendido na sua administração, da aplicação
das contribuições do povo de Juazeiro e dos romeiros
do Padre Cícero. Recentemente, Dom Fernando Panico alienou
alguns imóveis no Juazeiro, sem prestar quaisquer esclarecimentos
ou informação ao povo do Juazeiro nem dizer qual
o destino dado àqueles recursos, porque a Diocese do Crato
não tem qualquer obra de assistência social no Juazeiro.
Entre estes bens está um prédio de dois pavimentos
na Rua São Pedro de Juazeiro, onde o metro quadrado é
o mais valorizado em toda região do Cariri, vendido por
apenas cerca R$ 80 mil. Por este preço não se compra
nem mesmo uma simples casa na periferia do Juazeiro... .Será
que esta operação assim foi apenas para lesar o
fisco? Ou ... outra hipótese “até imaginada
causa horror”, como disse o velho pregador Padre Antonio
Vieira. E essa alienação não foi de um único
imóvel, mas de muito outros imóveis nas mesmas condições.
Consta que foram de seis ou oito imóveis. Diante disso
se pergunta: a denúncia de estar Dom Fernando Panico ameaçado
de morte pelo povo de Juazeiro não foi uma simples e mera
jogada de marketing para não ser questionado por transações
imobiliárias? ..
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