JUAZEIRO SOFRE FALTA DE SANEAENTO BÁSICO
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento básico precário é uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza afetando principalmente a população de baixa renda; mais vulnerável devido à subnutrição e muitas vezes pela higiene inadequada. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e as deficiências com a higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda (PIB per capita inferior a US$825,00). 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas mortes, aproximadamente 84% são de crianças (Organização Mundial da Saúde, 2009), sendo, segundo a Unicef (2009), a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Estima-se que 1,5 milhões de crianças nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento.Nos países de clima quente as diarreias ocorrem mais durante a estação chuvosa, e tanto as inundações quanto as secas aumentam o risco de ocorrência dessas doenças, tais como a cólera, giardíase, infecção por shiguella, febre tifóide, infecção por E. coli, entre outras. No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, especialmente as diarreias, representam em média mais de 80% das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (IBGE, 2012). Ter ou não acesso a uma água de qualidade e um bom sistema de coleta e tratamento de esgotos faz toda a diferença para afastar estas doenças que sobrecarregam o sistema de saúde, ocupam milhares de leitos hospitalares, afetam as crianças e as cidades como um todo. Este novo estudo do Instituto Trata Brasil, feito pela pesquisadora Dra. Denise Kronemberger, faz uma relação entre o saneamento básico inadequado e as doenças, sobretudo as diarreias. Visa também medir os impactos no Sistema Único de Saúde, resultantes do esgotamento sanitário inadequado nos 100 maiores municípios brasileiros em população.O estudo contemplou os 100 maiores municípios brasileiros em população no período de 2008 a 2011. Juazeiro do Norte aparece no estudo com as seguintes Taxas de Internação por diarréia/100.000 habitantes em 2008-2011: 426,7; 329,8 242,9; 131,3; e 282,7,entre as mais altas do Nordeste. Pelo estudo, em 60 das 100 cidades analisadas os baixos índices de população com coleta de esgoto foram acompanhados por altas taxas de internação por diarreias. Os 10 municípios com melhores índices de população com coleta de esgoto em 2010 foram Santos, Piracicaba, Jundiaí, Franca, Belo Horizonte (100% para estes cinco primeiros), Uberaba (98,1), Ribeirão Preto (97,8%), Sorocaba (97,5%), Uberlândia (97,3%) e Governador Valadares (97,1%). Já os 10 municípios com as piores índices de população com coleta de esgoto em 2010 foram Ananindeua e Santarém (sem números declarados), Porto Velho (1,5%), Blumenau (3,3), Macapá (5,6%), Jaboatão dos Guararapes (6,8%), Belém (7,7%), Várzea Grande (13,1%), Teresina (15,2%) e Joinville (16,5%). Analisando, então, as 20 melhores cidades em termos de Taxa de Internação por Diarréias temos que, em média, 78% de população é atendida por Coleta de Esgotos. Já a Taxa média de Internação nas 20 melhores cidades foi de 17,9 casos / 100 mil habitantes.Em contrapartida, analisando nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia, temos, em média, 29% de população atendida por coleta de esgotos. Já a taxa de internação média nestas cidades foi de 516 casos. Ou seja, em 2010 nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarréias temos que, em média, 78% de população é atendida por Coleta de Esgotos. Já a Taxa média de Internação nas 20 melhores cidades foi de 17,9 casos / 100 mil habitantes.Em contrapartida, analisando nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia, temos, em média, 29% de população atendida por coleta de esgotos. Já a taxa de internação média nestas cidades foi de 516 casos. Ou seja, em 2010 nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia temos 2,7 vezes menos pessoas atendidas com coleta de esgotos e 29 vezes mais casos de internação do que nas 10 melhores cidades. Já em 2011, se pegarmos os dados de Taxa de Internação por Diarreias nas 100 maiores cidades, temos que a média nas 20 melhores cidades foi de 14,6 casos contra 363 casos nas 10 piores cidades. Significa que a média de internações nas piores cidades foi 25 vezes maior. Em 2011, no Brasil, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia; destas, 138.447 foram crianças menores de 5 anos (35% do total) |
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