
Todos querem segurança e paz. Nessa busca, dois movimentos articulados
pela internet organizam manifestações em Fortaleza esta semana. Na
próxima quinta-feira (13), o “Fortaleza Apavorada” quer reunir uma
multidão em frente ao Palácio da Abolição, a partir das 15h. Outro
grupo, o Fortaleza da Paz & da Igualdade, nascido no último domingo
(9) com uma proposta mais abrangente que apenas garantir segurança
pública, convida as pessoas para ato seguido de caminhada. A
concentração será às 15h, de sexta-feira (14) na Praça da Imprensa. A
idéia é fazer uma roda de conversa entre os presentes e seguir até a
Assembleia Legislativa, cantando e pedindo paz.
Pelo Fortaleza Apavorada, Jordana São Thiago Melo, explica que grupo
surgiu no Facebook a partir da iniciativa de uma amiga, Eliana Braga,
que já fazia parte de outro grupo que discutia o tema segurança, porém,
sentia falta de ações mais efetivas para cobrar segurança. Com o apoio
de amigas, Eliana decidiu organizar outro movimento. A ela se juntou
Mariana Posses, que sugeriu a abertura de um novo grupo com a finalidade
de, além de debater o tema, organizar pessoas para fazer uma
manifestação e cobrar providências já. Mais pessoas foram se aproximando
“através de amizades ou fatos relacionados ao tema da violência, que as
fizeram trabalhar motivadas pelo mesmo objetivo de romper com o estado
epidêmico de segurança que estamos vivendo”, comentou Jordana, que
modera com a amigas, a página do movimento no Facebook.
Violência em Fortaleza
Para Jordana, o sentimento entre os integrantes do movimento com a
violência em Fortaleza é de revolta, principalmente, com a falta de
humildade de assumir que algo deu errado nos planos que do Governo tinha
para ter o controle da situação. “É não dar respostas à sociedade.
Vender a imagem de Fortaleza como um belo destino turístico nos afronta.
É assistir estratégias de guerra para maquiar a cidade para uma Copa e
não tratar com respeito e seriedade o drama vivido por cidadãos que
vivem aqui e pagam impostos.”
Conforme Jordana, o Fortaleza Apavorada é independente. “Não queremos
vincular nossa luta e nem a imagem do grupo a nenhum partido político,
entidades, categorias de classes, sindicatos ou afins... Somos um grupo
de cidadãos comum, lutando por nosso direito básico de cobrar por
segurança aos nossos governantes”.
Desafios
Na medida em que a mobilização tomava corpo nas redes sociais, o grupo
passou a receber pesadas críticas com relação a ser um movimento apenas
de pessoas de classe média e alta. As argumentações contrárias ao
Fortaleza Apavorada pontuam que a violência sempre esteve presente na
periferia, no entanto, as classes mais elevadas ficavam indiferentes.
Jordana pondera que as críticas não são vazias, todavia observou que a
classe média tem mais condições para fazer com que a discussão seja
ouvida e reverberada. “Infelizmente isso não é uma crítica sem
fundamento. O poder maior de mobilizar vem de quem tem contatos para
isso. Lamentavelmente, a periferia ainda é pouco ouvida e marginalizada
por todos. Quando classes de maior poder aquisitivo se unem, por uma
questão de maior possibilidade de articulação, os resultados são mais
rápidos”, acredita.
Um desafio do Fortaleza Apavorada, é “estabelecer um diálogo afinado
com todos, sem perigo do teor do movimento ser esvaziado por
discordâncias individuais”. Mas Jordana diz que está sendo uma rica
experiência. “Tem muita gente que escreve no grupo que está aprendendo
muito ali. Tem muita gente boa debatendo.” Ela faz um apelo: “Precisamos
de apoio para mostrar um movimento diferenciado e único. Feito de
famílias, mães, pais, filhos, avós, amigos, profissionais das mais
diversas áreas... Enfim, a sociedade como em todo. Famílias cearenses
vítimas dessa violência brutal. É disso que precisamos! Que sejamos
vistos e ouvidos... Precisamos aparecer! Ter espaço, dar força ao
movimento e garantir que as pessoas se sintam tranquilas para
comparecerem”
Pauta positiva
O movimento Fortaleza da Paz e da Igualdade nasceu “do desejo de
discutir ‘apaziguadamente’ a violência, a educação, a saúde, o lazer e a
cultura numa pauta de discussão a curto, médio e longo prazo, bem como
levar propostas de ações sociais para nossa Fortaleza.” Criado na manhã
do último domingo, por uma educadora o grupo está com pouco mais de 200
integrantes e se expressa coletivamente. “Esse grupo não tem líder, pois
a luta é coletiva. Acreditamos no potencial da força coletiva”.
À indagação se não seria o caso de juntarem-se os dois movimentos numa
só manifestação no dia 13, o grupo responde: “Queremos sim união das
propostas que não são divergentes, mas complementares, mas nosso foco é
enfrentar as estruturas da violência. Nosso ideal é unir e não dividir
nossa cidade, para tanto estaremos dia 14 de junho, 15h, na Praça da
Imprensa e de lá vamos até a Assembléia, às 16h, cantando e espalhando
luz e paz, levaremos violão e estaremos de blusa branca simbolizando a
paz que queremos.” No final da tarde desta segunda-feira (10) surgiu a
proposta de transferir a manifestação para a sexta-feira. Mas a ideia é
manter a de quinta e articular uma outra maior.
Nota
No início da noite desta segunda-feira, o Governo do Estado do Ceará divulgou a seguinte nota:
NOTA OFICIAL SOBRE A MANIFESTAÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA EM FORTALEZA
Tendo em vista a informação de que um grupo da sociedade civil que se
autodenomina “Fortaleza Apavorada” planeja realizar uma manifestação
pacifica e apartidária em defesa da paz e do combate à violência em
Fortaleza, no próximo dia 13 de junho, o Governo do Estado, através de
sua Chefia de Gabinete, gostaria de ponderar à opinião pública que:
1) O Governo vê com muito respeito toda e qualquer expressão de
organização democrática e popular que se reúna para reivindicar direitos
que lhe cabe garantir;
2) O atual Governo gostaria de prestar contas de que é o que mais
investiu e tem investido na Segurança em toda a história do Estado.
Todos são testemunhas de que:
- Nos últimos seis anos, foram contratados por concurso público mais de
seis mil policiais, entre civis e militares, o que significa,
praticamente, que de cada 2 policiais existentes, um foi contratado pelo
atual governo; neste momento, há mais outros mil novos policiais em
treinamento;
- Foi providenciado o rearmamento e o reeequipamento das Polícias com o
que há de mais moderno em matéria de comunicação, formação e estrutura
para a atividade policial;
- Para melhorar a capacitação e o treinamento dos policiais cearenses
foi implantada a mais moderna Academia de Polícia do país, com projeto
concebido pela Polícia Federal;
- Um dos mais avançados programas de polícia comunitária já criados no
Brasil foi implantado no Ceará, com o nome de Ronda do Quarteirão;
- O salário inicial de um soldado da Polícia Militar do Ceará é
superior a R$ 3.000,00, o que pode não ser muito, em termos absolutos,
mas que para a realidade do Ceará é bastante significativo, tendo em
vista sermos um dos Estados mais pobres da Federação;
Apesar de tudo isso, o Governo do Estado tem a consciência e a
humildade de reconhecer que alguns crimes cresceram de forma
intolerável, reproduzindo entre nós tendência que está ocorrendo em
todas as grandes cidades brasileiras, na esteira do tráfico de drogas.
São eles o assalto à mão armada nas regiões de melhor renda e os homicídios nos bairros mais pobres.
Mas é inegável que aconteceram vitórias no combate ao crime. Para
exemplificar, quando este governo começou, havia 26 sequestros por ano
no Ceará, enquanto que, no último ano, foram apenas dois sequestros,
ambos resolvidos com a libertação dos reféns ilesos e a prisão dos
bandidos.
Como o assunto Segurança Pública é complexo e delicado, exigindo
permanente dedicação, o Governo entende que o novo ciclo de segurança
pública que o país pede há de envolver de forma ampla todos os setores
da sociedade, razão pela qual considera bem-vinda a iniciativa desta
fração da sociedade fortalezense.
Lamentavelmente, entretanto, como manifestação da corrupção e do
oportunismo que ainda grassam na vida pública brasileira, chegou ao
conhecimento deste Gabinete que grupos partidários e marginais de uma
milícia que está sendo combatida dentro do organismo policial, pretendem
se infiltrar na manifestação com o intuito de provocar violência e
gerar repressão que escandalize a opinião pública.
Em vista disso, e para prevenir que pessoas inocentes possam ser
feridas ou mesmo sofrer algo mais grave, o Governo do Estado
compartilhou tais informações com as autoridades do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Assembleia Legislativa, e a elas apelou para
que enviassem observadores à manifestação com o objetivo de garantir a
tranquilidade e a integridade fisica dos manifestantes.
Informamos ainda, e finalmente, que este mesmo grupo de marginais está
sendo investigado por haver manipulado a retirada do ar do Facebook da
página do Governador Cid Gomes, do ex-governador Ciro Gomes e do próprio
movimento “Fortaleza Apavorada”.
Aproveitamos para pedir aos participantes do movimento que evitem
trazer crianças para a manifestação e não aceitem provocações de
indivíduos infiltrados.
Fortaleza, 10 de junho de 2013 |
essa retorica de estado mais pobre da federacao eh mais antigo que posicao de cagar. peco desculpas pelo termo chulo, mas se fosse, o piaui nao existia poooorrrrrra!!!1
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