O
dólar comercial fechou, ontem, em alta de 0,82%, a R$ 2,154 na venda. É
o maior valor de fechamento desde 30 de abril de 2009 (quando o câmbio
registrou R$ 2,182).
Preocupações
sobre a retomada de crescimento econômico global deixaram os
investidores pessimistas, e, nesses momentos, devem procurar
investimentos mais seguros. Com uma procura maior por dólares, a
tendência é que o preço da moeda suba. “Na falta de um cenário mais
tranquilo, você sempre vai se pautar pela pior hipótese que você vê”,
afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Na
segunda-feira e na terça, o Banco Central (BC) realizou leilões de
venda de dólares, duas vezes por dia, para tentar conter a alta da moeda
norte-americana, intervenção que não era feita desde dezembro do ano
passado. Investidores diziam acreditar que o BC pudesse intervir
novamente, mas a sessão encerrou sem essa venda de dólares. A
expectativa, agora, é pelo comportamento que a cotação do dólar deverá
apresentar durante o pregão de hoje.
TESTANDO O BC
Segundo o gerente da mesa de câmbio da Advanced Corretora, Celso
Siqueira, investidores também compraram dólares para testar qual será o
limite máximo aceito pelo BC, para a cotação. “Se o mercado passar da
barreira de R$ 2,16, ele rapidamente vai buscar R$ 2,17, com certeza. Se
isso acontecer amanhã, na sexta-feira o BC deve atuar mais
intensamente”, acrescentou ele. Analistas têm afirmado que ainda é cedo
para identificar um novo limite para o dólar, mas que o patamar de R$
2,16 representa um nível importante, uma vez que as ações do BC
ocorreram quando a moeda norte-americana era negociada em torno desse
valor.
O
Brasil adota um regime de câmbio flutuante, o que quer dizer que, na
teoria, o Banco Central não pode impor limites para a variação do dólar
em relação ao real. Porém, há instrumentos que podem ser usados para
controlar oscilações muito fortes. Um deles é o leilão de compra ou
venda de dólares no futuro, chamados de swaps. Quando a moeda
norte-americana se valoriza muito, o BC pode ofertar contratos
equivalentes à venda de dólares no futuro; assim, mais moeda estrangeira
passa a circular no mercado, e a tendência é que o preço do dólar
recue.
BOLSA
Seguindo a tendência de queda do mercado financeiro nacional, a Bolsa
de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda pelo quarto dia
seguido, ontem. O Ibovespa (principal índice da Bolsa) recuou 1,18%,
encerrando aos 49.180,58 pontos. É o menor nível desde 8 de agosto de
2011 (48.668,29 pontos), quando a Bovespa ‘desabou’ mais de 8%. No ano,
as suas perdas já estão acumuladas em 19,3%. As principais bolsas também
caíram pelo mundo, na Ásia, Europa e EUA.
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