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“Fortaleza Apavorada” reúne cerca de três mil pessoas

O movimento “Fortaleza Apavorada” que surgiu há cerca de 40 dias em uma rede social, levou, ontem, mais de três mil pessoas protestarem contra a violência, na Capital, segundo  o comandante da Polícia Militar, Carlos Ribeiro. Organizadores do evento mensuraram a presença de 10 mil pessoas.
Por volta das 16 horas, centenas de manifestantes já estavam em frente ao Palácio da Abolição. Às 17 horas, com apitaços, palavras de ordem, camisas personalizadas, mãos e rostos pintados de vermelho, seguiram pacificamente, até o Jardim Japonês, na Avenida Beira Mar.  A Polícia Militar, ambulâncias do Corpo de Bombeiros e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) ajudaram na concretização do evento.
Durante a concentração, manifestantes realizaram um minuto de silêncio e deitaram-se no chão, em homenagem às vítimas de violência. Os organizadores do movimento rebateram críticas e afirmaram que o movimento “Fortaleza Apavorada”, “não é uma mobilização burguesa, mas resultado de uma sociedade que não consegue mais conviver com a violência”.
Quatro mulheres são responsáveis pela mobilização que saiu das páginas das redes sociais e foram às ruas de Fortaleza. Eliana Braga, Mariana Possis, Lara Pinheiro e Jordana Melo, todas já foram vítimas de violência.  Lara Pinheiro diz ser a mais apavorada de todas. Segundo ela, já sofreu mais de 15 assaltos e por conta disto, ainda hoje faz tratamento psicológico.
“Nós esperamos chamar atenção das autoridades, precisamos de medidas emergenciais, pois não conseguimos mais conviver com a violência da forma como está”, reverberou. “As pessoas estão com medo, sentir medo é ruim, adoece. A violência já é caso de saúde pública, saúde psicológica e emocional. Por doença, a gente promoveu esta mobilização, porque a gente não aguenta mais sentir isso”, completou.
Sobre o êxito da campanha, Jordana Melo, atribuiu ao fato de que 99% dos presentes, foram  vítimas de violência. “Esperamos que o governo manifeste-se, que ele venha a público e dê uma satisfação à sociedade”. Segundo informou que apesar de milhares de pessoas terem comparecido à manifestação, e com isso, terem chamado atenção, principalmente, das autoridades, o movimento irá continuar. “Fomos vítimas de episódio da violência e nos unimos através da dor, esta é a nossa indignação frente à atual situação de Segurança Pública. O movimento está aqui para fazer pressão. A nossa função em quanto cidadão é cobrar, fiscalizar, observar, manifestar e o do Estado é responder”, afirmou.
Grito de Socorro
Autor de vários pronunciamentos na Assembleia Legislativa, sobre a situação da Segurança Pública, o deputado Heitor Férrer (PDT) compareceu ao movimento. “Fortaleza Apavorada é um movimento legítimo do apavoramento que a sociedade passa pelo alto nível de violência que nós não conseguimos suportar.

Nós estamos com uma área epidêmica de homicídios. Portanto, essa movimentação da sociedade é um movimento de cidadania para cobrar que algo precisa ser feito  nesta área de Segurança Pública”. De acordo com Heitor, a manifestação é um grito de socorro, tendo em vista, que a sociedade não aguenta mais os altos índices de violência. “Governador nos socorra, nós não conseguimos mais viver, em Fortaleza, apavorados como está”.
O humorista João Neto (José Modesto) avaliou que a mobilização não é contra a pessoa do governador Cid Gomes, mas sim contra o sistema. “Isso aqui é um pingo de água no oceano da violência que é preciso que pare agora”, disse realçando que além de medidas a curto prazo é preciso rever a Educação do País e a redução da maioridade.
Para o corretor de imóveis, Gregolhes Matias de 26 anos, “Fortaleza está um caos em relação à violência”. Segundo ele, apesar dos investimentos que o Governador tem feito na Segurança Pública, a impunidade “desmancha” todo o serviço.  “O bandido perdeu o total medo de cometer o delito. Ele sabe que será preso, mas  amanhã será solto, porque o sistema não funciona”, opinou.
Rochana Lyvian
rochana@oestadoce.com.br

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