Na
tentativa de pressionar o Sindicato das Empresas de Transporte de
Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), o Sindicato dos
Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro/CE),
que desde sábado está em estado de greve, continua a realizar
manifestações nos terminais da Capital. Ontem, o Terminal do Papicu foi
fechado por cerca de duas horas, gerando transtornos aos usuários.
Na
última rodada de negociações, o Sindiônibus propôs para o
estabelecimento do acordo coletivo 2013/2014, um reajuste de 8% no
salário da categoria e o mesmo percentual para a cesta básica, vale
alimentação e auxílio creche. A proposta foi rejeitada pelo Sintro que
reivindica aumento salarial de 15%, aumento da cesta básica para R$
100,00 e R$ 10,00 para vale refeição.
Acusado
de abandonar a mesa de negociações, o Sindiônibus afirmou que tem
proporcionado ao trabalhador do transporte, “ganhos reais em salários e
benefícios”. Nesse contexto solicitou para que a proposta apresentada
seja aceita pela categoria, “para que se evite o ajuizamento de um
dissídio coletivo na Justiça do Trabalho”.
Conforme
o advogado do Sindiônibus, Cleto Gomes, o sindicato não abandonou a
mesa de negociações. Segundo ele, o que houve foi o encerramento das
negociações, “tendo em vista, que o Sindiônibus não tinha mais
capacidade econômica de ultrapassar os 8%.
Cleto
pediu para que os trabalhadores reflitam sobre a proposta apresentada e
assegurou que caso a greve venha acontecer no período da Copa das
Confederações, o sindicato entrará com recursos judiciais. “O Tribunal
Regional do Trabalho da 7ª região, tem fixado a obrigação dos
trabalhadores manter os ônibus em circulação de 70% a 80% em horário de
pico. Se continuar acontecendo, nós vamos entrar com procedimentos
judiciais, aplicando multas elevadíssimas”, disse, ajuizando que “não”
acredita que a categoria ingressará uma greve durante a Copa das
Confederações.
SEM ACORDOS
Antes do fechamento desta edição, o presidente do Sintro-Ce, Domingos
Neto, afirmou que em virtude das negociações estarem estagnadas, “a
categoria continuará em estado de greve”.
Segundo
ainda o presidente, as manifestações nos terminais continuarão, além
das assembleias nos locais de trabalho. “Nós vamos conversar com a
categoria, o que ela decidir, nós estaremos lá para apoiar”, reverberou.
TRANSTORNOS
A paralisação realizada, ontem, no Terminal do Papicu, que durou cerca
de duas horas, trouxe transtornos aos usuários, segundo a assessoria de
imprensa da Sintro, cerca de 120 ônibus foram paralisados.
A
funcionária pública, Eliana Macedo, 42 anos, que aguardava um
transporte público, afirmou que os motoristas e cobradores estão no seu
pleno direito de lutar por melhores condições, mas na sua avaliação, “a
população deveria ser avisada quanto as paralisações, pelo fato de que
todos estão indo e vindo, em virtude de seus compromissos”.
Indignada
com a paralisação, a estudante Virgínia Alencar, 21 anos, declarou
“não acreditar” que Fortaleza está na iminência de uma greve. “Sofremos
diariamente enfrentando ônibus lotados. Não teria outra forma de
resolver isso sem que nos afete”, indagou, concluindo que, “a população
sempre sofre tais humilhações, tendo que esperar em pé por duas horas
até que situação se resolva”.
Rochana Lyvian
rochana@oestadoce.com.br
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