Segundo
ele, a permanência de presos em carceragens de delegacias é
inconstitucional e fere também a Lei de Execuções Penais, pois as
pessoas só devem ficar detidas nos xadrezes durante a lavratura do
auto de infração. Iran Sírio destaca também que 16 estados do
País já legalizaram a situação das delegacias.
Atualmente
existem 497 presos em unidades policiais de Fortaleza e da Região
Metropolitana, sendo 146 deles somente na Delegacia de Capturas
(Decap). “Além da ilegalidade, a situação acaba gerando um outro
problema, que é o do desvio de função, porque é preciso colocar
servidores para custodiarem os presos, mas isso é obrigação do
sistema penal”, acrescenta o promotor. A ideia da audiência é
discutir a permanência das carceragens e, ao final do encontro,
expedir a “Carta de Fortaleza”. O documento vai registrar e
reunir as reivindicações relacionadas ao tema e deve ser
encaminhado aos órgãos competentes.
Diversas
entidades foram convidadas e até agora está confirmada a presença
de representantes da ouvidoria da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH) e da Comissão do Sistema Prisional
e do Controle Externo da Atividade Policial do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP).
Saiba
mais:
No
dia 8 de março deste ano, o
juiz Paulo de Tarso Pires Nogueira, da 6ª Vara da Fazenda Pública,
havia determinado que o Governo do Estado do Ceará providenciasse a
remoção de todos os presos que estão lotados de forma irregular
nas delegacias da Capital e da Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF). A decisão foi resultado de uma ação civil pública movida
pelo MP em junho de 2011 e assinada pelos promotores de Justiça
Fernanda Marinho, André Karbage, Lilian Albuquerque Sales de Lucena
e Francisco Romério Pinheiro Landim. Mas o Estado recorreu e nas
últimas semanas a decisão foi suspensa.
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