Além dela, dois servidores da prefeitura foram responsabilizados por fraude em recursos do SUS
A ex-prefeita do município de Bela Cruz (Região Norte) Maria
Vanúsia de Oliveira Sousa foi condenada a sete anos de reclusão, por
desvio de recursos públicos federais que deveriam ter sido destinados à
saúde da população. Além dela, o ex-secretário de Saúde de Bela Cruz,
José Maciel Andrade, e a ex-diretora administrativa da Unidade Mista de
Saúde do município, Maria Gorete Aires, também foram condenados pela
Justiça. A sentença é resultado de ação penal ajuizada pela Justiça
estadual em 1998. Em 2007, o caso passou ao Ministério Público Federal
em Sobral, sob a responsabilidade do procurador da República Ricardo
Magalhães de Mendonça.
De acordo com a denúncia, os acusados agiam em conluio, alterando
de forma fraudulenta os boletins de atividades diárias dos postos de
saúde, com a criação de registros ambulatoriais. Os registros continham
dados de pacientes fictícios, que geravam despesas com fretes de
transportes inexistentes.
Na ação, o MPF acusa os réus de terem cometido diversas
irregularidades na aplicação de verbas públicas oriundas do Sistema
Único de Saúde (SUS). Em interrogatório, a ex-servidora Maria Gorete
Aires, uma das condenadas, confirma a criação de dez registros
ambulatoriais de pessoas que supostamente teriam sido transportadas para
fins de internação em hospital da região.
Quando os pagamentos pelos serviços inexistentes eram
concretizados, a verba era desviada para apropriação dos servidores
envolvidos na fraude. "Observa-se que o desvio-apropriação não ocorria
tão somente em relação ao pagamento dos fretes inexistentes, mas também
em relação aos serviços médicos pagos e não prestados", diz trecho da
sentença proferida pelo juiz federal da 18ª Vara, Júlio Rodrigues Coelho
Neto.
Além da ex-prefeita condenada a sete anos de reclusão, os réus
Maria Gorete Aires e José Maciel de Andrade foram condenadas a cinco
anos de prisão cada. Os condenados deverão cumprir a pena em regime
inicialmente fechado. A Justiça Federal pede ainda a suspensão dos
direitos políticos dos condenados.
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