O Editorial desta sexta feira do jornal Diário do Nordeste deixa claro seu profundo aborrecimento com o Governador Cid Gomes. Padrinho da candidatura de Gina Pompeu à desembargadoria, na vaga da OAB(5o. Constitucional) no Tribunal de Justiça do Estado, o jornal disparou contra o Governo, na pessoa do Governador. Há quem aposte que, o outro osso da fratura exposta, Virgílio Maia, terá igual desgosto do irmã dele, o Ministro do STJ, Napoleão Maia. Na leitura do discurso do Diário do Nordeste "política paroquial...termina por nivelar-se à atmosfera de seus áulicos". É pior do aquilo que se imaginava a zanga do Grupo. Leia:
Editorial
Governo sem futuro
O Ceará volta a ser mergulhado na velha e abusada cantilena da perua:
de mal a pior. Isto porque o governador Cid Gomes se rende às pressões
políticas locais, enquanto é esvaziado no plano nacional, onde os
governos subnacionais se projetam e se consolidam na medida da
eficiência de seus administradores.O dirigente político quando
se deixa levar pela política paroquial, baixando o nível de seu governo,
termina por nivelar-se à atmosfera de seus áulicos. Deixa, portanto, o
proscênio para descer aos assistentes de fundo de palco. A administração
do Estado está enfrentando essa situação. As consequências se desenham
nos fracassos de várias políticas públicas consideradas prioritárias. Estado
carente de recursos, o Ceará, nos últimos tempos, vislumbrava duas
saídas para garantir o financiamento dos projetos governamentais
imprescindíveis à retomada do processo de desenvolvimento: a dependência
do governo federal ou o endividamento externo. As duas opções foram
albergadas, diante da falta de inventiva para mudar a matriz indutora do
crescimento. Mas nem assim essas alternativas vêm realizando o saldo
esperado. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) exibe, de
forma adequada, essa incapacidade política de vencer barreiras numa
conjuntura em que a expressividade política do gestor é fundamental. A
partir de 2011, quando surgiu o carro-chefe dos investimentos nacionais,
o Ceará foi contemplado com 1.989 empreendimentos absorvido pelo PAC 2.Essa
inclusão não significa passe livre para sua viabilidade, nem a esboçada
manifestação de apoio aos escalões superiores da República corresponde à
certeza de sua concretização. No Brasil político, nem sempre o apoio
confessado publicamente traduz a solidariedade garantida, principalmente
quando os que proclamam fidelidade não costumam honrar os compromissos
assumidos.Pois bem. Como papel comporta tudo, dos supostos 1.989
projetos governamentais de interesse do Ceará, apenas 267 foram
finalizados. Isto representa apenas 13,3% de todas as promessas feitas.
Outro detalhe intrigante: do total das ações prometidas, 749, ou seja,
37,6%, sequer tiveram suas obras iniciadas. Dentre elas, a mais
expressiva, a Refinaria Premium II, vem se transformando numa comédia de
tipo pastelão, de tantas atrapalhadas. Os remanescentes da tribo dos
índios Anacés têm força política para inviabilizar o empreendimento. A
gestão do governo estadual acumula elenco de fracassos, a começar pela
segurança pública.O Ronda do Quarteirão, carro-chefe de sua
eleição, é reconhecido pelo epíteto atribuído pela massa popular de Belo
Antônio, em razão da beleza da frota motorizada, de primeira linha, mas
ineficaz, sem resolução.A violência no Estado começa a afetar a
atividade empresarial. A recente concorrência para a exploração do
Estoril, na Praia de Iracema, não despertou interesse em nenhum
concorrente pela gravidade gerada por falta de policiamento inteligente
no bairro. O trânsito, engarrafado e sem controle, provoca 29 pessoas
acidentadas em moto por dia, além de causar a morte de um jovem por dia.Fortaleza
se destaca, também, como a sexta cidade mais violenta do País, com a
maior ocorrência de crimes atingindo jovens entre 15 e 24 anos. Os
escândalos dos empréstimos consignados e dos banheiros públicos foram
enfim abafados.Por um momento, até parecia que o Ceará teria um
futuro auspicioso. Mas as pressões políticas funcionam e o governador
não sabe se opor a elas.
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