Baseada em inquérito civil público instaurado após constatação de suposto desvio de recursos federais, a ação pede a condenação do ex-prefeito e de mais oito pessoas por irregularidades na realização do "Ferro Folia 2009"
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) ajuizou ação de
improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Cedro (Centro-Sul do
Ceará), João Viana de Araújo, o secretário municipal de Educação do
Município, Vicente Ferrer Matias de Sousa e mais sete pessoas. A ação,
proposta pela procuradora da República Lívia Maria de Sousa, acusa a
Prefeitura Municipal de Cedro de fraudar processos licitatórios na
realização do "Ferro Folia 2009".
Costa na ação que a Prefeitura de Cedro firmou convênio com o
Ministério do Turismo no valor de R$ 150 mil para promover o turismo
local com a realização do "Ferro Folia 2009". Entretanto, baseado em
investigações feitas pelo setor técnico responsável pela análise de
prestação de contas, constatou-se uma possível fraude na comprovação da
realização do evento. "Os réus João Viana Araújo e Vicente Ferrer Matias
de Souza, com o fim de comprovar a efetiva realização do evento,
instruíram a prestação de contas com anexo fotográfico adulterado por
meio de colagem digital dos outdoors que supostamente serviriam para
comprovação de sua execução", afirma a procuradora Lívia, autora da
ação.
A procuradora destaca ainda que a execução do convênio firmado com o
Ministério do Turismo foi marcado pelo fracionamento de despesas,
superfaturamento de procedimentos licitatórios, desvio de recursos
públicos e contratação direta fora das hipóteses legais de dispensa ou
inexigibilidade de licitação. Segundo investigações, as três empresas
que concorreram na licitação correspondente ao evento pertencem ao mesmo
grupo familiar.
"As empresas são pertencentes a Francisco Glaudion Gonçalves,
apesar de registradas em nome de parentes e amigos, que figuram apenas
como "laranjas", entre eles, a esposa e o sobrinho do acusado", pontua.
Para o MPF, não existiu efetiva competição entre as empresas convidadas,
mas um simulacro de licitação com o objetivo de legitimar a contratação
direta dessas empresas, possibilitando a adoção de preços não
condizentes com os praticados no mercado, sendo desviados mais de R$ 76
mil.
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