Musa da Flip, Lila Azam discute prazer do texto e cantarola durante debate
DE SÃO PAULO
A escritora franco-iraniana Lila Azam Zanganeh e o ensaísta brasileiro
Francisco Bosco fizeram nesta sexta (5), na Flip (Festa Literária de
Paraty), uma mesa ao mesmo tempo intelectualizada e de muita empatia com
o público ao discutirem o prazer do texto sob a ótica de Roland Barthes
(especialidade de Bosco) e Vladimir Nabokov (especialidade de Lila).
O evento ocorreu na Tenda dos Autores com medição do jornalista da Folha Cassiano Elek Machado. Falando inicialmente, Bosco introduziu à plateia a noção de textos de prazer e textos de gozo, calcada nos estudos do intelectual francês (1915-1980).
Lila, chamada de musa da Flip, conquistou aos poucos a plateia falando em português (e se desculpando pelo sotaque francês e por erros eventuais). Ela leu trechos do seu livro "O Encantador: Nabokov e a Felicidade" (Alfaguara) e explanou a tese de que o autor, quase sempre ligado a temas negativos ou polêmicos, é também uma fonte de felicidade.
A franco-iraniana Lila Azam Zanganeh na mesa "O Prazer do Texto", na Flip 2013, em Paraty Leia mais
Um trecho muito divertido da mesa aconteceu na explanação de Francisco Bosco a respeito da relação entre letras de música e prazer.
"A expressão verbal quando posta na forma de música tende à explosão de prazer", disse, explicando como as onomatopeias de algumas canções da MPB se descolam do real e se transformam em expressões de gozo coletivo.
Foi quando Lila enterneceu o público cantarolando trechos de "Trem das Onze", de Adoniran Barbosa (1910-1982): "Tem aquele trechinho 'fazcarigudum, fazcarigudum', né?".

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