João
de Zeca
Geraldo Duarte*
Contou-me
este causo o mauritiense e professor da Urca Marcos Eliano Tavares Ribeiro,
integrante da Academia Cearense de Administração, como homenagem à sagacidade do
personagem.
Era
1980. Então ministro do Interior, Mário Andreazza, inaugurava o açude Tomás
Osterne de Alencar, conhecido por Umari, na cidade do Crato.
Antes
da solenidade, João de Zeca, prefeito de Aurora, maquinou estratégia e subiu no
palanque da inauguração. Aos poucos, usando os cotovelos para abrir caminho,
acercou-se de Andreazza e insistiu, repetidamente, grande peditório. Desejava a
construção de um moderno hospital em seu município.
Recebeu
como resposta que providenciasse a elaboração de um projeto técnico e o
destinasse ao ministério.
Replicação
imediata: “Já tá aqui o dito e todinho pronto!”. E entregou uma volumosa pasta
contendo toda a documentação necessária à realização da obra.
Fez
mais. Passou às mãos do representante do governo federal uma folha de papel,
manuscrita, onde em garatujas, com dificuldade, lia-se: “Nome do ospital OJOIA –
Ospital Jeral de Orora Ignêz Andreazza”.
João,
muito amigo do governador Virgílio Távora – que o tinha como “o matuto mais
inteligente do mundo” e gostava de ouvir suas histórias – conquistou, também,
expressiva amizade de Andreazza. Não raro eram as viagens à Brasília e as
conversações entre os dois.
Com 235
leitos, para uma população de 25 mil habitantes, o hospital foi
inaugurado.
O popular João de Zeca, João Antônio de Macêdo, exerceu o cargo de
prefeito nos períodos de 1976 a 1982 e de 1989 a 1992. Estimado pelos
aurorenses, até hoje, mantém influência política.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário