Vale-passeata – 1
Seria cômico se não fosse trágico: nesses dias de
manifestações organizadas pelas centrais sindicais do país, que nem de
longe exibiram o fôlego e a quantidade de participantes dos protestos
dos jovens, na maioria das cidades, haviam sindicalistas fakes. Ou seja: até desempregados usando camisetas das centrais e ganhando cachê diário de R$ 50 a R$ 70. São recursos não contabilizados,
como diria Delúbio Soares, mesmo porque essas entidades não têm suas
contabilidades vistoriadas. Os repórteres, do seu lado, percebendo o
pessoal do vale-passeata, perguntavam o que significavam as
siglas impressas nas camisetas. Ninguém sabia. E é complicado para
outros tantos brasileiros: além da CUT e Força Sindical, tem também
UST, CBDT, CTB, UGT, CGTB e NCST, só para começo de conversa.
Vale-passeata 2
Esse episódio de vale-passeata, até
historicamente, não chega a ser novidade, nem mesmo nas manifestações
sindicais e incluem também campanhas eleitorais, eventos de inauguração
de obras por governos e outros similares. Em São Paulo, Rio e
Brasília existem até empresas especializadas na contratação de figuras
que, no geral, nada têm a ver com os eventos. Dependendo, os serviços
dessas empresas podem incluir transporte e até lanche.
Até repentistas
As centrais não conseguiram fazer a mesma mobilização
das redes sociais, apesar de terem carro de som para guiar
manifestantes, que faz falta nas movimentações dos jovens. No pequeno
grupo que, na semana passada, interrompeu a Avenida Paulista, havia até
uma mini-bateria, que primava por batida de escola de samba: era outra
tentativa de atrair mais pessoas. E tinha também repentista e funkeira
em cima do carro de som.
Isso aí tá no Giba
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