As intervenções para construção de viadutos nos cruzamentos das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior foram iniciadas pela Prefeitura de Fortaleza sem que houvesse sido apresentados estudo e relatório de impacto ambiental
O procurador da República Oscar Costa Filho, do Ministério Público
Federal no Ceará (MPF/CE), enviou recomendação à Secretaria do
Patrimônio da União no Ceará (SPU), nesta segunda-feira, 22 de
julho, para que, em eventual autorização das obras dos viadutos no Cocó,
o projeto seja submetido à condição de prévia apresentação do Estudo de
Impacto Ambiental, acompanhado do respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/Rima).
O procurador da República Oscar Costa Filho argumenta que a
resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) exige a elaboração do EIA/Rima para fins de concessão
de licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, dentre as
quais estão "projetos urbanísticos acima de 100ha, ou em áreas
consideradas de relevante interesse ambiental", de acordo com o artigo
2º, inciso 15 do Conoma.
Ainda segundo Oscar Costa Filho, o artigo 8º da lei complementar
140/2011 indica que é ação administrativa do Estado, e não do Município,
promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos
localizados em unidades de conservação instituídas pelo Estado. No caso
da intervenção no Cocó, a competência para conceder a licença para
execução da obra era da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semace), e
não da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seuma), como ocorreu.
De acordo com Oscar Costa Filho, a concessão do licenciamento
ambiental pela Seuma, assim como o início da obra no Cocó sem que
houvesse sido apresentado o Eia/Rima poderá constituir, por parte da
Prefeitura de Fortaleza, "grave ilegalidade e violação do princípio
constitucional da precaução, configurando, assim, ato de improbidade
administrativa e crime contra o meio ambiente".
Na recomendação enviada à SPU, o procurador dá um prazo de 72 horas
para que o superintendente do órgão no Ceará, Jorge Luiz Oliveira de
Queiroz, forneça ao MPF informações acerca das providências adotadas
pela Secretaria do Patrimônio da União sobre o caso.
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