A
Executiva Nacional do PSB decidiu, ontem, entregar os ministérios da
Integração Nacional e dos Portos, além da presidência da Companhia Hidro
elétrica do São Francisco (Chesf). A decisão, também, foi informada
pessoalmente pelo presidente do partido e governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PE), à presidente Dilma Rousseff. Após a reunião da
Executiva, Campos afirmou que o desejo do partido, hoje, é ter candidato
a presidente da República, mas que essa decisão só será sacramentada no
ano que vem.
“O
PSB fez um longo debate e decidiu que estamos deixando o governo,
entregando as funções que ocupamos. Deixamos assim a presidente Dilma à
vontade, e estamos ficando à vontade, para discutir os caminhos para o
Brasil”, disse Campos, afirmando que essa nova postura dos socialistas
não significa que a legenda passará a adotar uma oposição programática
com relação ao governo federal.
“DESAPEGO”
Na
carta entregue à Dilma, o partido demonstra seu “desapego” ao deixar os
cargos que ocupa, no Executivo, e que a sigla nunca se caracterizou
pela prática do fisiologismo. Ainda no documento, a legenda diz que
permanecerá em defesa do governo, no Congresso Nacional, e que a decisão
não está atrelada à sucessão presidencial de 2014.
“Esta
decisão não diz respeito a qualquer antecipação quanto a
posicionamentos que haveremos de adotar, no pleito eleitoral, que se
avizinha, visto que nossa estratégia - que não exclui a possibilidade de
candidatura própria - será discutida nas instâncias próprias,
considerando nosso programa e os mais elevados interesses do País e a
luta pelo desenvolvimento com igualdade social”, diz o texto.
CLIMA TENSO
O
clima entre o PT e o PSB já não era dos melhores havia algum tempo.
Este “ranço”, inclusive, segundo informações, foi observado durante toda
reunião com duras críticas ao PT e à Dilma Rousseff. Campos reclamou
que o PSB foi atingido, “sistemática e repetidamente”, por pressões para
abandonar os cargos, no governo federal, em virtude da possibilidade de
disputar a Presidência da República em 2014.
CASO A CASO
Agora,
o PSB discutirá o apoio do partido ao governo, no Congresso, caso a
caso, em uma posição de independência. Segundo o irmão da deputada
Eliane Novais (PSB) e um dos fundadores do PSB no Ceará, Sérgio Novais
(PSB), explicou que, apesar do rompimento, na esfera nacional, as
articulações nos estados ficarão à vontade para fazer o que quer. Por
exemplo, em Pernambuco, o PT será mantido no Governo. Ele acredita que,
aqui, no Ceará, a situação será semelhante. (Laura Raquel, com
informações das agências)
Líder do PT diz que saída do PSB não é definitiva
•
Ponderando as consequências da saída do PSB do governo, o líder do PT,
na Câmara, deputado José Nobre Guimarães (PT) disse que, neste momento, o
PT deve encarar o fato com “tranquilidade”.
“O
PSB foi aliado durante todo este tempo. Ele poderá continuar aliado,
pois não acho que seja definitivo. O projeto liderado pela presidente
Dilma é de esquerda, e o PSB é parte disso”, ressaltou o petista,
acrescentando que “entre o lamento e o otimismo, prefiro ficar com o
otimismo”. Conforme adiantou, ele espera que ano que vem o partido
retorne ao palanque da presidente Dilma Rousseff.
CEARÁ
No
caso do Ceará, Guimarães disse que continuará trabalhando para manter a
aliança e, assim, proporcionar um palanque para Dilma Rousseff. “Não
acredito que haverá maior consequência”, disse, em referência ao partido
manter seu apoio à gestão Cid Gomes. Ele descartou, agora, qualquer
reunião do partido para tratar do assunto. O deputado aguardará o
desenrolar dos fatos. (Laura Raquel, da Redação)
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