Ex-embaixador diz que aproveitava espionagem dos EUA para mandar recados
fonte: Jovem Pan
Ricupero esteve à frente da Embaixada do Brasil na capital dos EUA entre os anos de 1991 a 1993
Rubens
Ricupero afirmou nesta sexta-feira (20) ao participar do Jornal da
Manhã, da Jovem Pan, que aproveitava o sistema de espionagem dos Estados
Unidos na época em que foi embaixador do Brasil em Washington para
mandar recados às autoridades locais.
“Toda
vez que eu precisava mandar uma mensagem ao governo americano, que eu
não poderia fazer em linguagem diplomática, eu falava ao telefone com o
meu colega do Brasil”, contou Ricupero, que esteve à frente da Embaixada
do Brasil na capital dos EUA entre os anos de 1991 a 1993.
O jurista comentou também
que, segundo sua análise, a presidente Dilma Rousseff desistiu de viajar
aos EUA por motivação política. Para Ricupero, ela ouviu o
“ex-presidente Lula e percebeu que não havia clima para o encontro com
Barack Obama”.
“A desistência de
Dilma de ir aos Estados Unidos é o primeiro grande resultado em nível
mundial após as revelações de espionagens feitas por Edward Snowden. Não
havia clima para o encontro. (...) Ela cancelou a viagem sobretudo por
motivação política. Dilma chegou à conclusão que em termos eleitorais
ela tem mais a ganhar do que a perder”, disse.
O
ex-embaixador lembrou que há mais de 40 anos houve uma grande
investigação sobre a espionagem norte-americana. Segundo ele, desde
então foi revelado que os EUA monitoravam diversos países. “Nesta época
eu era conselheiro da embaixada do Brasil nos Estados Unidos. (...) As
agências secretas entravam nas Embaixadas com uniformes de empresas que
faziam manutenção dos equipamentos para colocar microfones nas paredes.
Elas já violavam o sistema desde aquela época”, afirmou.
Já
sobre o fato de as gigantes americanas desistiram de participar do
leilão do pré-sal no Brasil, Ricupero acredita que as empresas não
obtiveram informações privilegiadas do sistema de espionagem
norte-americano. “Eu não creio que tenha sido por isso. Mas há indícios
de que as empresas teriam sido favorecidas, antes do anuncio da
desistência, pela espionagem”.
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