Lobby faz a Câmara ameaçar segurança no trânsito vetando simulador
Câmara vota projeto que desautoriza ato do Contran e veta simuladores

Ao
lado do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (esq.), e o ex-piloto
Emerson Fittipaldi, testou e aprovou o simulador durante o Salão do
Automóvel de São Paulo.
Especialistas defendem a tecnologia que é controlada por biometria e câmeras de monitoramento. A novidade criada pelo Contran foi adotada em diversos países, onde infrações do trânsito sofreram redução superior a 50 por cento. O objetivo do Contra é também dificultar a farra de venda de habilitação. A alegação de lobistas e de auto-escolas, encampadas por alguns deputados, lembra a resistência, há 20 anos, ao uso obrigatório do cinto de segurança, com idêntica falácia de “aumento de custos”.
A ameaça da Câmara dos Deputados, que pode ser consumada na próxima semana, contraria o Código Brasileiro de Trânsito que a própria casa legislativa aprovou, criando o Contran e atribuindo ao órgão o poder de estabelecer regras destinadas a diminuir as infrações, os acidentes e as vítimas do trânsito.
Pelas regras atuais, antes dos simuladores, as auto-escolas apenas ensinam como obter habilitação de motorista, e não a dirigir com segurança. Nenhum candidato a motorista, por exemplo, recebe instruções de como se comportar em estradas, mas, uma vez com a Carteira Nacional de Habilitação no bolso, está apto a trafegar em rodovias movimentadas, com características de condução bem diferentes das cidades.
A esperança dos especialistas em trânsito é que a presidenta Dilma Rousseff – que testemunhou um simulador no Salão do Automóvel de São Paulo, elogiando-o – acione os líderes dos governistas para barrar a insanidade proposta pelo projeto de decreto legislativo.
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