Inveja e ódio
Em um pequeno lugarejo do interior nordestino havia um rapaz de nome
Manoel. Trabalhava na roça, de sol a sol, tinha pouco mais de dezoito
anos e desejava algo melhor para ele, seus pais e duas irmãs. À noite,
cursava o 2º ano do ensino médio e sonhava algum dia se tornar doutor.
Resolveu pegar um ônibus na rodoviária de Canindé e seguiu rumo à
cidade de São Paulo, com a coragem e a cara, mas com a proteção de São
Francisco, com a intenção de conseguir emprego e também, se possível,
continuar os estudos.
Sua família ficou triste, no entanto entendeu a aventura de Manoel. Lá
chegando, foi trabalhar como garçom, no período diurno, num modesto
café-restaurante perto do encontro das avenidas São João e Ipiranga e,
bem próximo, no período noturno, estudava numa escola pública. Dormia
num pequeno quarto no prédio onde trabalhava. A decência e a sorte
favoreceram o retirante Manoel.
Ao longo de alguns anos, alcançou com muito trabalho e dedicação os
seus objetivos: formou-se em Direito, passou a advogar e mensalmente
mandava dinheiro para sua família no Ceará. Surgiu então o invejoso e
mau caráter Ananias.
Caluniador e usando métodos odientos, tentou prejudicar, profissionalmente, o bom cearense. Não conseguiu.
Certo dia, saiu do fórum com tanta raiva por ter perdido mais uma
questão para o Manoel; teve uma parada cardíaca e veio a falecer quando
estava a caminho do hospital. O bem, mais cedo ou mais tarde, sempre
vence o mal.
"O ódio é cruel e destruidor, mas a inveja é pior ainda". (Provérbios-27.4). A vida é assim.
Gonzaga Mota
Professor e escritor
Professor e escritor
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