Deputado Neto Nunes
Deputados repercutem manutenção de veto
de se emancipar.De autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), o projeto estabelecia que a população mínima do distrito que pretende se emancipar seria diferenciada por regiões: mínimo de 6 mil habitantes para o Norte e o Centro-Oeste; de 12 mil, para o Nordeste; e de 20 mil, para o Sul e o Sudeste. A manutenção dos vetos foi decidida por deputados e senadores numa votação em bloco, numa medida adotada por Renan para acelerar o processo e destrancar a pauta de votação.
Sobre a decisão de não emancipar os distritos, o governo federal
utilizou o argumento de que a proposta não afasta o problema da
responsabilidade fiscal na Federação, o que causaria aumento de despesas
com mais estruturas municipais sem a correspondente geração de novas
receitas, mantidos os atuais critérios de repartição do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM).Mobilização
A matéria era acompanhada por políticos cearenses desde a época que o então deputado estadual Domingos Filho, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), fez uma grande mobilização e chegou a aprovar uma lei estadual regulamentando a emancipação de distritos no Ceará. Com o veto, a Câmara Federal
retirou de vez a competência das assembleias de legislarem sobre os
espaços estaduais, haja vista que o projeto que determinava que a
criação, fusão ou o desmembramento de municípios fossem feitos por lei
estadual, depende, previamente, da execução de Estudo de Viabilidade
Municipal (EVM), além de plebiscito envolvendo as populações dos
distritos.DESATENÇÃO
O deputado João Jaime (DEM), que defende a ideia da emancipação dos municípios, reverberou ao jornal O Estado que o resultado demonstra “desatenção” com o Nordeste, tendo em vista que o Sul e o Sudeste, quando estavam podendo criar municípios, criaram-nos sem critérios, com até cerca
de 1.500 a 2.000 habitantes. Os critérios estabelecidos por último,
segundo pontuou, eram rígidos, e que, no Ceará, pelo menos cerca de oito
a dez municípios poderiam ser emancipados. “É uma desatenção da
presidente Dilma que fez um acordo para não vetar e vetou, como
do Congresso que impediu, pela segunda vez, a oportunidade de distritos
no Nordeste que são maiores que muitos municípios que existem no
Brasil”, frisou.VERGONHA
O deputado Neto Nunes que chegou a articular caravanas de comissões a Brasília, para dialogar com deputados e senadores, rechaçou como “vergonha” a decisão de manter os vetos, justificando que a presidente “vem brincando com o Congresso”. De acordo com o emancipalista, nos bastidores articulou-se a derrubada do veto da presidente, mas surpreendeu-se com a decisão. “A gente ouviu falar que a oposição esvaziou o plenário para obstruir algumas votações do interesse do Governo, o que ficou ruim para a gente, porque todo mundo que saiu votaria, pelo menos, na devolução dessa prerrogativa às Assembleias”, disse, ressaltando que a obstrução que a oposição fez atrapalhou o projeto de emancipação dos municípios.
Perderam a chance de se emancipar no Ceará, os distritos de Jurema (Caucaia); Pajuçara (Maracanaú); Icaraí de Amontada (Amontada); Matriz de São Gonçalo (Ipueiras); Cruxati (Itapipoca); Guanacés (Cascavel); Itarema (Almofala); Juritianha (Acaraú); e Várzea dos Espinhos (Guaraciaba do Norte). Eles compõem a lista dos que alcançam o critério populacional e econômico segundo dados iniciais da Comissão de Criação de Novos Municípios do Ceará.
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