Miseráveis a menos


Cai número de pessoas na extrema pobreza
Em 2013, o Ceará reduziu o número de pessoas que vivem na condição de extrema pobreza. Esta classe é caracterizada por uma renda domiciliar mensal per capita menor ou igual a R$ 83,682. Comparado a 2012, 22,2 mil pessoas deixaram de ser extremamente pobres no Estado, representando a redução de 3,11%. No ano anterior, foram contabilizados 695,4 mil cearenses nesta condição contra 717,7 mil de 2012. O resultado é do documento “Caracterização da Extrema Pobreza no Ceará Segundo Dados da PNAD 2012 e 2013”, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O estudo foi elaborado por Flavio Ataliba, diretor presidente do Instituto, e pelos economistas Carlos Alberto Manso e Raquel da Silva Sales.
De acordo com a pesquisa, o contexto do Estado, no entanto, não segue a tendência do Nordeste e do Brasil, que apresentaram índices de crescimento. No mesmo período, o Nordeste apresentou crescimento de 1,50%, de 4,31 milhões de pessoas para 4,38 milhões (64,6 mil a mais), enquanto no Brasil o aumento da extrema pobreza foi ainda maior, de 7,49 milhões para 8,09 milhões (599,2 mil a mais), representando evolução da 7,99%.
De acordo com o professor Flávio Ataliba, da mesma forma que para o indicador número de extremamente pobres, a proporção de pessoas em situação de extrema pobreza cresceu no Brasil (8,22%), passando de 3,92% em 2012 para 4,26% em 2013, e no Nordeste de 8,02% para 8,18%. “Já no Ceará, houve uma redução de 2,72 por cento na comparação entre anos, passando de 8,49% para 8,26%”, explica.
Na avaliação do estudo, o resultado do Ceará “pode ser atribuído em parte ao cenário econômico, uma vez que a taxa de crescimento da economia cearense em 2013 esteve acima da média nacional, o que gerou nesse ano a expansão de mais de 70 mil empregos. Além do que, no caso ainda do Ceará, é de se imaginar que os programas de busca ativa e os benefícios do programa Brasil Carinhoso possam ter contribuído para os números positivos em nosso Estado. Entretanto, deve-se ter em mente que o aumento do custo de vida no País, aliado à não correção dos benefícios pode ter, por outro lado, prejudicado a melhoria mais significativa desses indicadores”.
O desenvolvimento da pesquisa inclui a distribuição desse grupo populacional por áreas censitárias (áreas urbanas, rurais e regiões metropolitanas) e por faixas etárias.
ÁREAS CENSITÁRIAS
No recorte por áreas censitárias, a economista Raquel Sales chama atenção para o dado que aponta o crescimento do número de extremamente pobres nas áreas urbanas e regiões metropolitanas. Neste indicador, o Ceará segue a tendência do País e também apresenta crescimento. Já na região rural, cerca de 80 mil brasileiros deixaram a condição de extrema pobreza. Para o Ipece, efeitos demográficos, migratórios ou políticas específicas para o meio rural podem ajudar explicar os movimentos observados.

FAIXA ETÁRIA
A pesquisa revela, ainda, que no Ceará, ocorreram acréscimos da pobreza extrema na classe jovem (de 15 a 29 anos de idade) e nos idosos (60 anos ou mais de idade). Entretanto, o movimento total foi de redução na extensão da pobreza extrema, especialmente pelas diminuições nos grupos de crianças (de 0 a 14 anos de idade) e de adultos (30 a 59 anos).
Em uma busca por determinantes desses resultados, destaca Ataliba, é relevante que se levem em conta, entre outros, os rebatimentos no Estado das mudanças ocorridas no Programa Bolsa Família (PBF), que aumentou a cobertura para famílias com crianças de 0 a 6 anos e de adolescentes de 7 a 15 anos.
O estudo pode ser acessado na página www.ipece.ce.gov.br
SAIBA MAIS
O estudo mostra que: há mais de 8 milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema vulnerabilidade social, sendo que, destes, 54% estão nos estados da região Nordeste.
Nos últimos sete anos: foram retirados mais de 450 mil pessoas da extrema pobreza no Ceará.
Apesar da redução, o Ceará: conta com um contingente expressivo nessa condição, correspondendo a pouco mais de 8% da população, sendo a terceira maior proporção do país.

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