Vereadores de Fortaleza e um concurso pra novatos

Realização de concurso gera debate na Câmara

Foi motivo de debate e mobilização, ontem, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), a proposta que está sendo estudada pelo atual presidente do Legislativo Municipal, Walter Cavalcante (PMDB), de realizar um concurso público para a abertura de cerca de 100 vagas para a Casa. A polêmica gira em torno de que o certame pode ocorrer sem licitação. O vereador e presidente eleito para a próxima administração da Câmara, Salmito Filho (Pros), publicizou o assunto na tribuna e defendeu que concurso tem que ser feito  “como manda o figurino”, com a realização de uma licitação nacional.  O parlamentar apresentou um requerimento solicitando que o certame seja feito com licitação nacional. Até a tarde de ontem, o parlamentar havia colhido 38 assinaturas.
“Sou a favor do concurso e aplaudo, pela disposição de fazer, mas não podemos aceitar que se faça concurso sem licitação, com dispensa de licitação da empresa que vai realizar o concurso. E mais: Se algum órgão de controle externo for a favor de realizar o concurso com dispensa de licitação, eu serei contra, para esta Casa olhar de cabeça erguida. Ela é independente e tem autonomia. O patrão desta Casa é o povo de Fortaleza”, disse Salmito, que, em janeiro, assume a presidência do Legislativo. Ainda na sessão, em aparte, Adail Júnior (Pros) explicou que quatro membros da atual Mesa Diretora declararam ser contrários à realização do concurso e assegurou que compartilha da mesma opinião de Salmito.
Os vereadores, Iraguassu Teixeira (PDT); Evaldo Lima (PCdoB); Eulógio Neto (PSC); Cláudia Gomes (PTC); Adail Júnior (Pros); Toinha Rocha (Psol); Dr. Adelmo (Pros); Acrísio Sena (PT); Germana Soares (PHS); Fábio Braga (PTN) e Benigno Júnior (PSC) também debaterem sobre o assunto.
Mesmo que a dispensa de licitação para concurso esteja prevista na lei das licitações, Salmito requereu a Walter Cavalcante (PMDB) que não o realize com a dispensa de licitação. “Eu, toda a mesa Diretora e cerca de 38 vereadores somos contra a essa ação”, disse, Salmito ao O Estado. “Se é concurso, que se faça a seleção para escolher de forma clara, aberta e transparente, a empresa que vai fazer o concurso da Câmara”, pontuou.