Volta da Cide na gasolina aciona gatilho do etanol
E, a depender do aumento no consumo do álcool, as indústrias produtoras tendem a ampliar o mix do etanol em detrimento ao de açúcar, este que tem sido priorizado nas usinas, por conta da falta de estímulo do governo ao etanol, nos últimos anos. Logo, segundo a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), com a volta da taxação da gasolina, haverá, gradativamente, redução na fabricação e na exportação do açúcar, que hoje tem baixo valor no mercado internacional devido ao excedente do produto no mundo. Com isso, a mudança do mix nas usinas sucroalcooleiras contribuirá para elevação do valor da cana, uma vez que na composição do seu preço está condicionada o valor do açúcar e do etanol, que tendem a aumentar.
MERCADO
A composição do preço da cana-de-açúcar depende dos preços do açúcar e etanol. E o principal deles é o valor do açúcar no mercado internacional, sobretudo porque o Brasil é o maior exportador dessa commoditie no planeta. “Com a volta da competitividade do etanol em relação à gasolina, em decorrência da incidência da Cide, mais cana será destinada à produção de etanol e menos para a fabricação de açúcar, diminuindo a respectiva produção do alimento, elevando seus preços no mercado exterior consequentemente, os quais estão abaixo do custo de produção” explica o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima. Ele explica que a volta da Cide na gasolina é relevante para restaurar o mercado internacional do açúcar, sendo, portanto, um gatilho para a valorização do preço da cana-de-açúcar.
Todavia, o presidente da Unida lembra que a há quase dois anos, todo o setor sucroenergético vêm pleiteando ao governo federal a volta da Cide na gasolina, sem sucesso. O fato faz o dirigente entender que a atual ação governamental não tem correspondência com o pleito do setor, mas com os problemas de caixa do Poder Executivo.
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