É
Carnaval, e isso explica muita coisa. O Senado suspendeu os trabalhos
no final no dia 11 e volta a funcionar no dia 23 - é o milagre da
multiplicação dos dias, comemorando-se o Tríduo Momesco quatro vezes em
seguida. O Petrolão aguarda o fim do Carnaval. Os meios de comunicação
precisam de notícias. É a hora das Flores do Recesso, notícias que
surgem para ocupar tempo e espaço.
Impeachment, por exemplo. Não tem sentido para o PMDB, partido dos três
substitutos eventuais de Dilma, porque afastar a presidente antes da
metade do mandato exige novas eleições para substituí-la. Não tem
sentido para o PSDB, pois tirá-la do cargo pode dar ao PT a aura de
vítima "da zelite". Mas, já que não há notícias, por que políticos
profissionais se privariam de aparecer, só porque o que dizem não tem
sentido? Então, tome impeachment, como se fosse a sério.
Só que as palavras têm força. E política, mais até que futebol, é uma
caixinha de surpresas. Política e palavras exigem responsabilidade.
Imaginemos que, em 15 de março, haja grandes manifestações em favor do
impeachment. As flores do recesso, frágeis e passageiras por natureza,
podem ganhar força e perenidade. Os parlamentares serão prisioneiros de
seu próprio discurso, que imaginavam vazio, e da pressão das ruas. É
preciso ser estadista para contradizer o próprio passado e, mais ainda,
se opor à opinião majoritária. Mas cadê os estadistas? E o PT, como
reagirá à possibilidade de perder o poder? Impeachment hoje é só uma
palavra. Um sonho, ou pesadelo.
Isto aí é opinião do Brickmann. Eu concordo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário