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Mocidade inova com Paulo Barros no comando e rainha Claudia Leitte

Terceira escola a entrar na Sapucaí na madrugada deste domingo (16), sob uma chuva um pouco mais fraca, a Mocidade levou para a avenida o samba-enredo "O Último Dia", que teve uma canção de Paulinho Moska e Billy Brandão como inspiração. A música foi tema da novela "O Fim do Mundo", de 1996, e está prestes a completar 20 anos. Logo no início do desfile, antes do primeiro carro da Mocidade entrar na avenida, a plateia começou a gritar: "É campeã! É campeã!".
Paulo Barros, estreando como carnavalesco da escoa de Padre Miguel depois de faturar três campeonatos para a Unidos da Tijuca (2010, 2012 e 2014), imprimiu seu estilo em um desfile cheio de inovações. O trabalho de Barros, como nas ocasiões anteriores, já chamou atenção logo na comissão de frente, que trazia integrantes fantasiados de homens-mosca e um casal de mestre-sala e porta-bandeira que pegavam fogo, graças a efeitos especiais. A comissão, que contou com 30 bailarinos da Companha Brasileira de Balé, representou um meteoro que caía na Terra e dava início ao fim do mundo. 
Em seguida, o carro abre-alas, todo decorado com painéis de LED, trazia marcos arquitetônicos da humanidade, como a torre de Pisa, a Estátua da Liberdade e o Big Ben, que eram "destruídos" no apocalipse.
No entanto, o carro alegórico de maior sucesso na Sapucaí foi a alegoria que representava a nudez. Em alusão ao trecho da música que inspirou o desfile, que diz "andava pelado na rua", o carro levou à Sapucaí dezenas de componentes pelados, apenas tapando os genitais. Todos rebolaram bastante e fizeram expressões provocantes. O público adorou a ideia e deu gritos de aprovação.
Já a fantasia dos componentes da bateria trouxe um relógio em contagem regressiva, com o tempo limite de passagem permitido na Sapucaí, 82 minutos.
Outro destaque da escola foi a cantora Claudia Leitte, que estreou neste ano no Carnaval carioca como rainha de bateria. No Instagram, Claudia postou detalhes de sua fantasia, que contava com mais de 65 mil cristais e pesava 10 quilos. "Meu Deus do Céu! Que emoção. Emoção indescritível. Eu vim aqui para ser feliz e me divertir", disse a cantora ao UOL
O sambista Dudu Nobre, que no desfile da Mocidade atuou como auxiliar do mestre de bateria Andrezinho do Molejo, disse que a chuva não atrapalharia o desfile da escola. "Essa chuva não atrapalha nada. Ninguém é de açúcar. Vamos com a Mocidade pras cabeças, vai ser um desfile belíssimo. Estão todos muito empolgados. E vai dar tudo certo", declarou, antes de entrar na avenida.
 
Paulinho Moska, autor da música que inspirou o enredo, disse que foi um grande privilégio a escola ter escolhido sua composição. "Já senti que a Mocidade vem para arrebentar. Recebi um telefonema do Paulo [Barros] e não acreditei. Ele é muito talentoso. E uma homenagem dessa, justamente quando a canção completa 20 anos... A música é uma poesia, por isso que serviu de inspiração. Não tem como classificar o que estou sentindo." 
 
Fabíola Andrade, mulher do presidente da Mocidade, Rogério Andrade, que saiu como musa na terceira ala, disse que a escola fez história. "Foi algo que nunca aconteceu na história da Mocidade. Foi incrível", disse. "A escola fez bem em aposta no Paulo Barros", finalizou.
 
A escola chegou muito aplaudida na dispersão. Cercada de seguranças e pulando aos gritos de "É campeã", Claudia Leitte confirmou no final do desfile que será novamente a rainha da Mocidade em 2016. A cantora aproveitou que foi uma das primeiras a chegar ao final e cantou por alguns minutos o samba enredo junto com os intérpretes da escola.
 
A chuva, no entanto, atrapalhou a porta bandeira Lucinha Nobre, que chegou muito cansada ao final do desfile, reclamando do peso da fantasia e com o braço esquerdo formigando. Já o coreógrafo da comissão de frente, Saulo Finelon, disse que a chuva não estragou o brilho do desfile. "Literalmente pegamos fogo", disse Saulo, sem revelar o segredo da roupa que apresentava chamas durante a evolução de Lucinha.
 
Ficha técnica da Mocidade:
 
Fundação: 10 de novembro de 1955
Cores oficiais: Verde e Branco
Presidente: Paulo Vianna
Carnavalesco: Paulo Barros
Enredo: "Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só lhe restasse um dia?"
Intérprete: Bruno Ribas
Mestre de Bateria: Mestre Bereco e Dudu
Rainha de Bateria: Claudia Leitte
Mestre-sala e porta-bandeira: Diogo Jesus e Lucinha Nobre

Samba Enredo da Mocidade:
Você, o que faria
Se o Mundo fosse acabar
E só lhe restasse este dia para viver?
Ver tudo ruir, a terra tremer!
O chão se abrindo aos seus pés
A profecia vai acontecer!

Vem ... É o juízo final
Viva ... O amanhã não vem mais!
Solte ... Toda alegria!
Libere a sua fantasia!

É de enlouquecer, amor ...
É contagem regressiva
Eu já tô louco, sou Vintém, Sou Padre Miguel!
Cada segundo vou curtindo a vida!
A hora é essa ... não há mais tempo a perder
Não tem limites ... diga o que vai fazer?
Cantava, brincava, sorria?
No último dia, voar
Andando pelado?
Rezava pro tempo parar?
Sem restrições morrer de amor?
Faria a tristeza sumir?
Na batida do tambor ...
Roda baiana ... cai nesta folia!
De verde e branco vem com a bateria!

Invade ... se joga ... na felicidade
Fazendo a vontade do seu coração
Hojé é dia ... vem se "acabar"

Deixa a mocidade te levar!

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