Sem Sindicatos e comandados pelos sectários do PSTU...


Paralisação de ônibus surpreende usuários
Na manhã de ontem, a população de Fortaleza foi surpreendida com a paralisação dos ônibus. Entre 4h e 6h, motoristas e cobradores bloquearam as saídas das garagens. Segundo o Sindicato das Empresas das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), 14 empresas que operam nos terminais não conseguiram deixar a garagem para seguir para os terminais. Os usuários reclamaram da demora e da superlotação dos poucos ônibus que circularam durante o protesto. A secretária Joana Martins, 41, criticou a falta de informações sobre a paralisação. “Pegou todo mundo desprevenido. As reinvindicações dos trabalhadores são legítimas, mas acabam prejudicando os outros. Eu cheguei com mais de uma hora de atraso no trabalho”, comentou.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), o atraso foi maior devido à punição de algumas empresas aplicada aos motoristas e cobradores que participaram do protesto. Conforme o sindicato, os trabalhadores foram suspensos e não puderam sair das garagens após a paralisação de duas horas. As medidas, informou o Sintro, provocaram mais atrasos. Os bairros mais afetados foram Bom Jardim e Conjunto Ceará, cujas linhas são atendidas pelas empresas que impediram a saída dos motoristas participantes do protesto.
O protesto faz parte das manifestações nacionais organizadas pela Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas). Além dos trabalhadores do transporte coletivo, outras centrais sindicais aderiram à mobilização ao longo do dia. Cerca de 50 pessoas estiveram ontem no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Também houve registro de protestos na Praça do Ferreira

PL 4330/04
Na pauta das manifestações, o Projeto de Lei no 4330/04, que trata da terceirização de trabalhadores no Brasil. Os manifestantes, no aeroporto, conversaram com os deputados federais que estavam voltando a Brasília para pedir que eles votassem contra o PL. O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Wil Pereira, destacou que é contra a aprovação do PL, pois vai prejudicar o trabalhador brasileiro. “Esse PL é um câncer para a classe trabalhadora porque vai prejudicar de várias formas quem trabalha no Brasil, porque alguns direitos serão subtraídos”, alerta.
Conforme Pereira, no ramo financeiro, mais de 40 % dos trabalhadores são terceirizados porque eles custam mais barato do que o trabalhador normal.  “O trabalhador terceirizado não tem cobertura de uma convenção e não cobertura de um acordo quando tem que deixar o trabalho. Por essas e outras desvantagens, nós somos totalmente contra a aprovação do PL 4330”.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará (Seeb), Carlos Eduardo Bezerra, a terceirização significa a precarização do trabalhador brasileiro e é também o empobrecimento da classe trabalhadora, através de uma reforma trabalhista camuflada pelo PL. “Essa terceirização vai acabar com os concursos porque o trabalhador terceirizado custa mais barato para as empresas, porque ganha menos e tem direitos negados. Se aprovado, o projeto vai condenar o trabalhador brasileiro porque terá menor salário, menos direitos e piores condições de trabalho, o que vai produzir um péssimo atendimento”, alertou.

MP 664 e 665
Além do PL 4330, o presidente do Sintro, Domingo Neto, também criticou as medidas provisórias 664 e 665. A MP 664 muda as regras para concessão do auxílio-doença e pensão por morte e a 665 altera a concessão de seguro-desemprego e abono salarial. Para Domingo Neto, as medidas provisórias afetam, principalmente, os trabalhadores e são um retrocesso para todas as categorias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário