Justiça seja feita...


Após 22 anos, acusado de matar bailarina é condenado a 12 anos
Após 12 horas de sessão, a 5ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, através da juíza titular da unidade Valência Maria Alves de Sousa Aquino decidiu pela condenação, em seu terceiro julgamento, do réu Wladimir Lopes de Magalhães Porto, acusado de ter assassinado a bailarina e modelo Renata Maria Braga de Carvalho, há 22 anos.
A decisão causou indignação para o advogado de defesa, Clayton Marinho, que afirmou, em entrevista ao O ESTADO ONLINE, um "excesso de pena".
"A pena foi exacerbada, exagerada e não fundamentada, já entregamos o recurso de apelação e a juíza recebeu consentindo que ele recorresse no caso em liberdade", disse Marinho. "Ele será julgado novamente no tribunal de justiça e se a decisão do tribunal não for favorável para a defesa cabe recurso, que será enviado ao Supremo Tribuno de Justiça, em Brasília, e se não for favorável levaremos ao Supremo Tribunal Federal", adiantou a defesa.
Ainda de acordo com a avaliação de Clayton Marinho "este caso ainda será uma guerra de papelada". "Enquanto isso, Wladimir está em liberdade a mercê das boas condições pessoais dele, ou seja: excelentes antecedentes, réu primário, curso superior, emprego definido, residência, casado e pai de três filhos. O rapaz tem perfeitas condições de aguardar o recurso em liberdade", finalizou.
VAI E VEM
Julgado pela primeira vez no dia 18 de fevereiro de 1997, Wladimir Porto - então universitário residente em Brasília - foi condenado a sete anos de prisão, por homicídio simples. As partes recorreram contra a decisão, ambas insatisfeitas com a pena. Desde então, o polêmico processo se arrastou pela Justiça do Ceará, chegando ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Em 2004, aquela Corte decidiu anular o primeiro julgamento e mandar o réu a novo júri.
No segundo julgamento, ocorrido no dia 20 de junho de 2008, Wladimir Lopes foi inocentado e a tese de legítima defesa aceita. A promotoria de Justiça recorreu novamente da decisão.
RELEMBRE O CASO
O crime ocorreu na madrugada de 28 de dezembro de 1993, em plena Avenida Beira-Mar. A bailarina estava em um Jeep junto com vários amigos. O grupo retornava de uma festa do ‘Pirata Bar’, na Praia de Iracema, quando o jovem que guiava o carro, Gustavo Farias Facó, teria se desentendido com Wladimir, que guiava uma caminhonete importada, por conta de uma ‘fechada’ que o Jeep teria sofrido em um avanço de sinal do carro em que o réu dirigia, no cruzamento da Avenida Barão Studart, próximo ao edifício Jaqueline.
Depois do primeiro encontro, houve uma suposta perseguição do motorista do Jeep ao motorista da caminhonete. Em Beira-Mar, Wladimir sacou de um revólver e atirou em direção ao Jeep. Uma bala atingiu Renata, que morreu, minutos depois, num hospital particular. O homicida foi preso, horas depois, em uma concessionária, na Aldeota, após perseguição policial. Ele responde a homicídio por motivo fútil e com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Daniel Negreiros
REDAÇÃO O ESTADO ONLINE
negreiros@oestadoce.com.br

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