Estimado jornalista Macário Batista.
Relendo a "orelha" de "No Tempo dos Coronéis", lembrei-me de enviar-lhe esta crônica sobre nosso amigo Ciro Saraiva, recordando o início de sua brilhante trajetória na imprensa, quando correspondente dos "Diários Associados" em Quixeramobim e um dos incentivadores da valorização dos jornalistas "matutos".
Fraterno abraço,
J.Gusmão Bastos
Relendo a "orelha" de "No Tempo dos Coronéis", lembrei-me de enviar-lhe esta crônica sobre nosso amigo Ciro Saraiva, recordando o início de sua brilhante trajetória na imprensa, quando correspondente dos "Diários Associados" em Quixeramobim e um dos incentivadores da valorização dos jornalistas "matutos".
Fraterno abraço,
J.Gusmão Bastos
OLHANDO PARA O SERTÃO
J. Gusmão Bastos
J. CIRO SARAIVA, O
JORNALISTA DO INTERIOR
AO COMPLETAR a
Associação Cearense de Jornalistas do Interior, em 30 de junho último,
cinquenta e dois anos de existência, relendo sua História, livro de nossa autoria lançado em junho de 2007,
nos deparamos com a assinatura de João Ciro Saraiva, sócio no.2, na ata por ele
redigida de aprovação do estatuto de fundação da entidade, por ocasião da
realização do II congresso da classe efetuado em Canindé. Foi difícil conter a
emoção, pois há poucas horas recebera a notícia de seu falecimento, aos setenta
e oito anos de idade. Nossa convivência data de priscas eras, quando éramos
colegas no inesquecível, e amado, Seminário da Prainha, entre 1945 e 1950.
A AMIZADE teve
prosseguimento, e constância, através de uma causa que seria comum: o
fortalecimento do jornalismo interiorano. Ingressando nos “Diários Associados” em meados da década de cinquenta, como
revisor, logo me foram confiadas as colunas Interior em Revista. Correspondente de Quixeramobim, Ciro
passou a liderar “encontros” com outros colaboradores visando a realização do
primeiro congresso. Passou, então, a nos remeter a coluna “O Congresso em Marcha”, em co-autoria com Luciano Diógenes e
Sá, colaborador de Senador Pompeu. A causa engrenou, realizou-se o primeiro
congresso (Crato, 1961), instalou-se a Secretaria Metropolitana junto à ACI,
aconteceu o evento em Canindé e a ACEJI foi, afinal, fundada.
A COLABORAÇÃO de J.
Ciro Saraiva não iria arrefecer. Ao assumir a Secretaria de Comunicação nos
governos Manoel de Castro(1981) e Gonzaga Mota(1982 - 1986), foi mais
facilitada a realização dos certames. Com os chefes do executivo presentes nas
sessões solenes de encerramento ouvindo a leitura das reinvindicações em prol
das comunidades; e os dirigentes das empresas de comunicação as reclamações dos
jornalistas “matutos” em prol de reconhecimento, as sementes plantadas algum
dia frutificariam. Valeu, Ciro, a publicação de “O Congresso em Marcha”:
APESAR dos inúmeros
serviços à entidade, Ciro Saraiva não quis candidatar-se à presidência.
Lembro-me quando fomos convidados ao lançamento de sua candidatura no sítio
“Escondidinho”, lá pelas bandas do Eusébio, e sua esposa, da. Maria, nos
atendeu com a hospitalidade costumeira das mulheres sertanejas. De nada valeu,
pois ele renunciou e lançou Antônio Ribeiro Neto. Sua contribuição à causa do
jornalismo interiorano não será esquecida, e sua visão sobre o futuro da
entidade está bem expressa in ACEJI – Uma História do Jornalismo
Interiorano. Leiamos:
“PASSADOS quase
cinquenta anos desse fato, acaciano é dizer que os tempos são outros. O próprio
conceito de jornalista do interior não é o mesmo. Com o surgimento de rádios em
quase todas as cidades(em 1961 só dispunham de emissoras Crato, Juazeiro do
Norte, Sobral, Limoeiro do Norte e Maranguape), veio o profissionalismo que
depois se alargaria com o surgimento de sucursais de jornais e televisões. O
correspondente de jornal perdeu espaço, e a tentativa de resolver o problema
através de congressos se exauriu.
ENTENDO que, há vinte
anos, e aqui esse prazo é meramente referencial, a ACEJI deveria ter tomado
outro rumo. Não somente uma entidade associativa, com forte inclinação para o
simples congraçamento, mas também e sobretudo, uma instituição voltada para o
conhecimento, a pesquisa, o debate, a documentação. Deveria, a meu ver, se
transformar num fórum onde se possam desenvolver esses estudos e trabalhos.
Refundação, parcerias, convênios, ONG`s e outros instrumentos, hoje utilizados
por tantos, não são palavras inócuas, embora vulgarizadas pela repetição”.
OBS: Entre várias obra
de Ciro, destaca-se a trilogia “No
tempo dos coronéis”.
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