O
pato e o galo
O pato e o galo moravam
em um sítio bem cuidado por seu proprietário, com uma bela e diversificada
flora, assim como uma fauna formada por animais mansos e domésticos. Para
completar o agradável ambiente, havia um lago com água cristalina e muitos
peixes. O pato sempre calmo, até humilde, caminhava pelas veredas e
encontrou-se com o garboso galo. Este, de forma eloquente, com orgulho, começou
a falar que mandava e desmandava naquele local, afirmando que o pato lhe devia
obediência e para continuar alí era fundamental ser subserviente. O pato ouviu
com atenção, deixou cair lágrimas dos olhos, não respondendo às provocações. O
galo não possuía o excelente sentimento da generosidade. Era um animal
grosseiro e jamais foi atencioso. O pato não tinha condições físicas para
enfrentar a fortaleza e a soberba do galo mesquinho. Retirou-se cabisbaixo e
procurou a sombra de uma árvore para esquecer a descortesia de que foi vítima.
De repente, o galo passou correndo com medo da perseguição de uma perigosa e
venenosa serpente. Dirigiu-se no sentido do lago e ficou sem saber o que fazer,
pois não nadava. Pediu socorro e, chorando, implorou ao pato que o ajudasse na
travessia. Ouvindo o apêlo desesperado, o pato atendeu ao pedido, salvando o covarde
galo das picadas da cobra. Depois de salvar o arrogante galo, o sábio pato
disse que as boas ações custam muito pouco e possuem um valor incalculável. A
fábula mostra: “O orgulhoso será logo humilhado; mas com os humildes está a
sabedoria”. (Livro dos Provérbios – 11.2)
Gonzaga Mota- professor e escritor, ex-governador do Ceará e meu amigo.
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