'NYT': A economia está realmente em apuros? Um debate
Artigo destaca que quanto mais de perto os dados forem analisados, mais contraditórios parecerão
Em matéria publicada dia 2 de novembro, no jornal The New York Times, Neil Irwin faz uma análise do cenário econômico e destaca que os dados parecem contraditórios e confusos: "Eu escrevo sobre economia para viver. Parte do meu trabalho é olhar para o banco de dados econômicos, indicadores do mercado financeiro, relatórios de empresas e qualquer outra coisa que possa chegar em minhas mãos, e transformo tudo em uma narrativa clara sobre os Estados Unidos e as economias globais. Mas agora eu estou preso. Eu não tenho nenhuma ideia de como a economia dos Estados Unidos está, de fato. E quanto mais eu olho para os dados, mais contraditórios me parecem. Um forte argumento poderia ser de que a economia está em seu ponto mais vulnerável em anos, com risco de uma nova recessão em meio a uma desaceleração global. O mercado para muitos tipos de títulos de risco está em desordem", diz, frisando que recentemente o ex-secretário do Tesouro Lawrence H. Summers escreveu que "os perigos que a economia global enfrenta são mais graves do que em qualquer momento desde a falência do Lehman Brothers, em 2008."
O articulista destaca que "com certeza, é como se estivéssemos à beira de algo ruim". Ele reforça que a expansão é de seis anos, tornando-se já a quarta mais longa desde a Segunda Guerra Mundial. "Em 2001 houve uma ligeira recessão. Naquela época, havia uma enorme correção no mercado de ações e desaceleração do investimento empresarial que causou a recessão. Quais são os setores que você vê em 2015 ou 2016, colocando a economia em risco? Os mercados emergentes, especialmente a China? Eles tiveram anos de enormes fluxos de capital, em grande parte por causa das políticas do Fed, que oculta problemas de longo prazo. Agora, o capital está fluindo na direção oposta. Certo, mas por que isso causa ondulações na economia dos Estados Unidos? O total de exportações para a China foram de US $ 124 bilhões no ano passado, cerca de 0,7 por cento do PIB dos Estados Unidos. E eu sei que você está pensando em mencionar vínculos financeiros, mas não é como se os bancos americanos estivessem sentados em uma tonelada de dívida do governo chinês. Nem mesmo se as coisas piorarem em mercados emergentes, isso é mais como 1998, quando uma crise de mercados emergentes envolveu a Ásia Oriental e a Rússia. Como um lembrete, a economia dos Estados Unidos cresceu 4,7 por cento em 1999, mais rápido do que nos últimos 15 anos", destaca o autor.
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