A proposta muda o
indexador das dívidas dos municípios com a Previdência Social
O
líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou nesta
terça-feira (10/11) que a mudança do índice de indexação das dívidas dos
municípios com a Previdência Social vai causar prejuízos para todos os
aposentados do país. “Se não tivermos um pouco mais de parcimônia na condução
dessas questões, vamos quebrar a Previdência Social e os aposentados não terão
como receber seus benefícios”, destacou o parlamentar que foi ministro da Previdência Social (2008/2010).
Pela proposta (PLS 262/2008) aprovada na Comissão de Assuntos
Econômicos, o indexador atual (taxa
Selic mais 1% no mês de pagamento) será trocado pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano. Pimentel, relator da matéria, apresentou
parecer pela prejudicialidade da proposta, em função de lei recentemente
aprovada que equacionou o problema. Contou com o apoio de oito senadores da
base, incluindo os do PT, mas seu relatório foi rejeitado, sendo aprovado texto
substitutivo do senador Fernando Bezerra (PSB/PE) que retomava o projeto
original.
Pimentel
questionou o descasamento entre o índice de correção em que a previdência paga
suas obrigações com os beneficiários e a correção da dívida previdenciária dos
municípios. “Todas as obrigações que a previdência paga aos seus beneficiários
com juros é acrescido da taxa Selic mais 1%”, disse.
Durante
a discussão da matéria na comissão, o senador ressaltou que os municípios já
foram beneficiados em 2013, pela lei 12.810, aprovada por unanimidade no
Congresso Nacional, exatamente para atender aos interesses das prefeituras. A
lei parcelou todos os débitos previdenciários dos municípios em 240 meses, sem
cobrança de multa e com juros reduzidos em 50%. “E a partir de 2014, se
porventura houver atraso no recolhimento, é que se paga taxa Selic mais 1% de
juros”, destacou.
Para
Pimentel, a proposta favorece exatamente os municípios que não cumprem suas
obrigações, pois recolhem as contribuições previdenciárias de seus funcionários
e não fazem o devido repasse. “Estamos [com essa decisão] premiando aqueles que
se apropriam da contribuição do servidor público municipal com o INSS, definindo
juros e correção menores do que aqueles pagos pela própria previdência”, disse.
A matéria ainda será submetida a turno
suplementar de votação na CAE. Após essa formalidade, a proposta será enviada à
Câmara dos Deputados.
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