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12 mil jovens argentinos se reúnem para discutirem desafios sobre direitos humanos

Mais de 12 mil jovens e 970 projetos de escolas e organizações sociais e políticas. Os direitos humanos em uma agenda comum: desigualdade, terra, violência institucional, gênero, participação juvenil. Passado, presente e futuro. Como há 14 anos, a Comissão Provincial pela Memória (CPM) celebra um novo encontro do programa Jovens e Memória, no complexo de Chapadmalal, em Buenos Aires, que se consolida como um espaço educativo e de participação popular para seguir pensando, debatendo e construindo uma sociedade melhor, mais democrática, mais justa e mais inclusiva.
educ Sob o lema "O futuro se constrói com a coragem do presente”, entre 03 e 18 de novembro, cerca de 12 mil jovens de toda a Província de Buenos Aires e delegações de CABA, Córdoba, Rosario e de uma escola de Famaillá (Tucumán) se encontram em Chapadmalal para compartilharem os trabalhos que realizaram durante todo o ano, no marco do programa Jovens e Memória, da CPM. Um programa que constrói uma agenda de direitos humanos e propõe perguntas que interpelam o Estado, as instituições e toda a sociedade.
"Jovens e Memória é um espaço de expressão, de pluralidade, de respeito e, fundamentalmente, de compromisso. Há um trabalho comprometido dos jovens com sua própria realidade e, nessa intervenção, em assumir seu lugar na história, se manifesta uma postura política e ética. Nós sempre dizemos: em Chapadmalal, os jovens escrevem a agenda política de hoje”, expressa a diretora geral da CPM, Sandra Raggio.
No marco dessas jornadas de encontro e reflexão, realizam-se mesas-debates sobre distintos temas — gênero, o Estado frente às violências do Estado e a construção entre o social e o político —, que contam com a participação de referências na promoção e defesa dos direitos humanos. A exemplo do presidente da CPM e Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel; a mãe da Praça de Maio Nora Cortiñas, entre outros.
Desde a sua criação, o programa da CPM propõe aos jovens serem atores nos processos de construção da memória coletiva e na defesa dos direitos humanos. Embora, nos primeiros anos, os projetos versassem sobre os estudos da memória e do passado recente — a denúncia do genocídio, a luta para julgar os responsáveis pelos crimes de lesa humanidade e a lembrança das vítimas do terrorismo de Estado —, nos últimos anos, esse marco temático se ampliou e observa um interesse cada vez maior por denunciar as atuais violações dos direitos humanos.
Nessa linha pedagógica, sob o lema "os desafios pela igualdade”, a convocatória 2015 reúne 970 projetos de escolas secundárias e organizações sociais e comunitárias, a partir da intervenção dos jovens em seu contexto territorial, expõem novos problemas e desafios. Esta experiência recupera o compromisso da educação em direitos humanos, com a promoção de valores para a participação cidadã e a justiça social.
espaciomemoria A participação cada vez mais crescente de organizações sociais e políticas tem significado um aporte fundamental para a experiência política e educativa que propõe o Programa. Neste ano, são mais de 100 organizações que aportam através dos jovens e sua experiência de trabalho no território, gerando novos intercâmbios, convidando a repensar as práticas educativas formais e não formais, e abrindo novas possibilidades para seguir nutrindo a agenda de direitos humanos.
"A educação ocupa um papel central, não somente para a formação pessoal dos jovens, mas também para o desenvolvimento de ferramentas para a inclusão social e o fortalecimento da democracia. As escolas devem contribuir para a reflexão crítica e sentem em sua vida cotidiana. E o mesmo ocorre com as organizações sociais e políticas, que a cada ano ampliam sua participação no Programa, é sua capacidade de ação no território o que potencializa e multiplica a partir da intervenção e do protagonismo das novas gerações”, explica a diretora dos Jovens e Memória, Maria Elena Saraví.
taringa O encontro é o final de um longo percurso de trabalho e uma experiência sempre criativa e enriquecedora. Documentário, ficção, teatro, música, murais: em diversas expressões e suportes, os jovens traduzem o resultado das pesquisas realizadas durante todo o ano. Cada apresentação abre a possibilidade de compartilhar e colocar em diálogo seus projetos sobre a situação dos direitos humanos, em suas cidades, povos e escolas.
Além disso, há espaços de participação e debate para os docentes e coordenadores das equipes. Nessa oportunidade, também será realizado, de 06 a 08 de novembro, o segundo Encontro Nacional de Familiares Vítimas da Violência Institucional. Estas jornadas contarão com a presença de mais de 250 familiares e diferentes organizações de todo o país, que se reunirão para articularem estratégias de intervenção em torno da violência policial, carcerária e judicial.

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