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Bom dia



Histórias de domingo
Chovia que Deus dava. Havia um atraso de quatro horas na minha chegada a Roma, eis que o voo da conexão em Lisboa, dera problema e o avião seria arrumado. No táxi, do distante aeroporto de Fiumicino, já boca da noite, ouvia o italiano dizer que a quarta votação, em quase 48 horas, havia dado fumaça negra. Era a escolha do novo Papa, o que substituiria o cardeal Hatzinger. Já saí daqui em desvantagem com o tempo para cobrir o sínodo papal. Quem conhece Roma sabe de seu trânsito caótico nos fins dos dias, e naquele, com eleição de Papa, chuva e seis horas da tarde, era impossível chegar a Praça de São Pedro pra ver o espetáculo de fé da cristandade. Mas a boa sorte jamais deixou-me na chuva.  No hotel só falei um ligeiro buona notte, disse que era o hóspede Batista, larguei a mala na recepção e saí literalmente correndo para o  Vaticano. Milhares, milhão, milhões, de pessoas debaixo de chuva. Cânticos, orações, violões, grupos imensos na noite romana aguardando a quinta votação de escolha do Papa. Na base do velho com licença, com licença, uma credencial de imprensa no peito e uma baita máquina fotográfica na mão, nós, repórteres chegamos sempre mais perto do evento a ser coberto. E lá estava eu ao lado de colegas no pé do grande “pirulito”-Obelisco do Vaticano- da enorme praça, olhar atento pra chaminé. Em cinco minutos, como se estivessem esperando por mim, a fumaça branca, a explosão da multidão e, 27 minutos depois,o anuncio:
  Habemus Papam!
Mais um bom tempo e aparece à janela, um “carinha” de voz meiga a dizer: Meus irmãos e irmãs; quando nos reunimos escolhemos o Papa e este sou eu, que foram achar no fim do mundo. Ao lado dele uma figura que conhecia e que fora votado; Claudio Hummes. Jorge Mário Bergóglio era o novo Papa.
Virou o Francisco velho de guerra, tão íntimo da gente com sua igreja para os pobres e para a volta da comunhão para os amancebados. Eu vi. Eu estava lá.





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