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Chegaram no PMDB



A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão no Ceará como parte da Operação Catilinárias, deflagrada ontem, a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. No Estado, a polícia buscou documentos na casa do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, no bairro Dunas. A operação também faz buscas nas residências do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ).
Segundo apurou a equipe do jornal O Estado, os policiais chegaram à residência por volta das 6 horas da manhã e deixaram o local pouco depois das 10 horas carregando diversos malotes, possivelmente, com documentos e objetos eletrônicos. Membros do Ministério Público Federal (MPF) acompanharam a ação.
2           15.12.2015 Polícia FEDERAL Casa de Sérgio MACHADO (24)
Um chaveiro foi chamado e esteve na residência durante a passagem da PF na casa. Nos bastidores, a informação é de que o profissional teria aberto um cofre, mas a PF não confirmou a movimentação. Todos deixaram o local sem dar maiores detalhes para a imprensa.
A ação foi autorizada pelo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que determinou a realização de 52 buscas e apreensões em seis estados (Alagoas, Ceará, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo) e no Distrito Federal. Além de endereços residenciais, funcionais e sedes de empresas ligadas a nove agentes políticos com prerrogativa de foro no STF, investigados na Lava Jato, o diretório estadual do PMDB em Alagoas também foi alvo da Operação.
Denúncia
Machado foi citado no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como beneficiário do propinoduto montado para desviar recursos da estatal. Delator do petrolão, Costa diz ter recebido das mãos do próprio Sérgio Machado R$ 500.000 em propina pela contratação de navios – Costa diz que recebeu porque se tratava de um negócio que precisava também do aval de sua diretoria.
Ex-senador, Sérgio Machado é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros. Por causa do seu envolvimento, a presidente Dilma Rousseff já havia cogitado demiti-lo do cargo. Os peemedebistas, no entanto, impediram a exoneração, alegando que o mesmo tratamento fosse dado aos petistas também citados na Lava Jato.
Quando a declaração de Costa foi dada à Polícia Federal em depoimentos sobre o escândalo do petrolão, a empresa de auditoria da estatal PricewaterhouseCoopers (PwC) demonstrou constrangimento em validar o balanço financeiro da petroleira, já que, entre os principais executivos no comando da companhia, estava o presidente da Transpetro, denunciado na Lava Jato. A solução, então, Sérgio Machado se afastou da gestão da empresa para que fossem “feitos os esclarecimentos” necessários.
Sérgio Machado é ligado a Renan Calheiros, mas durante o período que comandou a poderosa Transpetro, ficou próximo também de José Dirceu e do ex-presidente Lula.
Defesa
Em nota, a assessoria jurídica de Sérgio Machado disse “que ele está à disposição de todos os órgãos envolvidos nas investigações […] para prestar os esclarecimentos solicitados”. A nota afirmou, ainda, que o “ex-presidente da Transpetro reitera estar certo da lisura de sua gestão à frente da empresa e tem total confiança no trabalho dos investigadores e da Justiça”. Quando renunciou ao cargo, Machado negou qualquer participação nas irregularidades e se colocou à disposição da Justiça.

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