Nome de nova fase da Lava Jato refere-se a tentativa de golpe em Roma
Do UOL, em São Paulo
- Pedro Ladeira/FolhapressPolícia Federal cerca residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em Brasília

Os textos de Cícero referem-se a Lúcio Catilina, que teria comandado uma revolução para dissolver o Senado e tomar o poder em Roma em 63 a.C.. Uma das frases mais conhecidas do discurso é a seguinte: "até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?".
Segundo registros históricos, na noite de 6 para 7 de novembro de 63 a.C., Catilina reuniu dirigentes da conspiração para tomarem as últimas decisões antes de uma nova tentativa de golpe em Roma.
Ao saber disso, Cícero teria decidido convocar o Senado. Na reunião, o cônsul teria ficado indignado com a presença de Catilina e acusou-o através do primeiro da série de discursos, que veio a ser conhecida como "Catilinárias". A fala de Cícero teria convencido o Senado de uma possível conspiração de Catilina.
Em dezembro, após o quarto discurso de Cícero e já condenado à morte, Catilina recusou-se a entregar-se. Em janeiro de 62 a.C., Catilina foi morto em um campo de batalha.
Leia um trecho do primeiro discurso das "Catilinárias":
"Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura?
A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio?
Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do
Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?"
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A
Procuradoria Geral da República denunciou o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao STF (Supremo Tribunal Federal), em agosto de
2015, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, supostamente
praticados dentro do esquema investigado pela Operação Lava Jato. A
denúncia ainda precisa ser aceita pelo STF para que Cunha seja
considerado réu no processo. O principal indício do suposto envolvimento
de Cunha é o depoimento do lobista Júlio Camargo à Justiça Federal do
Paraná. Camargo é um dos delatores da Lava Jato e disse ter pago US$ 5
milhões em propina a Eduardo Cunha por meio do também lobista Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o principal
operador do esquema junto ao PMDB. Em sua delação premiada, Fernando
Baiano teria confirmado a informação. Cunha negou a alegação feita por
Camargo Leia mais Ed Ferreira/Estadão Conteúdo

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