O
causo do comício
Hoje, 15.01.2016,
ocorre o 31º aniversário da eleição de Tancredo Neves para Presidente. Lembrei-me de alguns momentos que tive o
privilégio de conviver com o competente, afável e experiente político das Minas
Gerais. O fato, ora mencionado, diz respeito ao comício pró-eleições diretas
realizado em fevereiro de 1984 em Fortaleza. No início do referido mês fui a
Belo Horizonte participar do lançamento da candidatura de Aureliano Chaves para
Presidente, na hipótese de aprovação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira. Foi uma grande festa cívica.
Durante a cerimônia fui procurado pelo chefe da Casa Militar de Tancredo Neves.
Em nome do Governador, convidou-me para um almoço a dois no Palácio
Mangabeiras. Comuniquei ao Vice-Presidente Aureliano Chaves, e fui estimulado a
comparecer ao encontro. Tancredo – companheiro mensal na SUDENE – me deu toda
assistência nos dois dias que fiquei em BH. Sabendo da realização, no final do
mês, do comício das diretas em Fortaleza, disse-lhe que gostaria de participar
e de retribuir a atenção a mim concedida por ele. Olhou para mim, segurou meu
braço com delicadeza, dizendo: “Não faça isso, pois ainda é ruim para mim e
para você. O pessoal do PMDB vai ficar com ciúmes de mim e o do PDS de você”.
Percebi o alcance da ponderação. Após o comício, atendi uma ligação telefônica. Disse-me
Tancredo: “Meu filho, estou jantando na casa do Ozires Pontes e logo
retornarei. Pensei muito em você. Gostaria de vê-lo na próxima semana em
Brasília. Forte abraço”. Respondi: boa viagem Presidente, até BSB. Eis um causo
histórico.
Gonzaga Mota
prof. aposentado da UFC-Ex Governador do Ceará e meu amigo.
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