Macri discursa ao lado da vice, Gabriela MichettiO
presidente argentino, Mauricio Macri, fez uma dura crítica ao governo
kirchnerista (2003/2015) nesta terça-feira, em seu primeiro discurso de
abertura das sessões ordinárias do Congresso. O presidente acusou a
gestão anterior de ter deixado o Estado "desordenado e mal
administrado"."A
primeira coisa é reconhecer que não estamos bem, embora nos doa, mas é a
forma de colocar o ponto de partida na busca desse horizonte com que
todos sonhamos", afirmou o presidente."Encontramos
um Estado prejudicado pelo clientelismo, pelo desperdício e pela
corrupção, que se pôs a serviço da militância política", disse,
indicando o crescimento de 64% do emprego público entre 2003 e 2015, com
o objetivo de "camuflar o desemprego com o emprego público".Macri
garantiu que, ao assumir a presidência, em 10 de dezembro do ano
passado, após vencer nas urnas com 51% dos votos, encontrou "um Estado
desordenado e mal administrado"."Faltam documentos, não há estatísticas, custa encontrar um papel", insistiu."Nos
enganaram, ocultaram o desemprego com emprego público", completou,
ressaltando a "inaceitável quantidade de compatriotas que estão na
pobreza em um Estado que não parou de crescer e não deu benefícios",
enquanto parlamentares da oposição erguiam cartazes que diziam "Basta de
demissões"."Há
uma década que a Argentina é um dos países com maior inflação do mundo,
com uma média anual acima dos 20% e de 700% nos últimos 10 anos",
lamentou o presidente.De
acordo com Macri, o governo da presidente Cristina Kirchner (2007/2015)
deixou "um país cheio de dívidas, dívidas de infraestrutura, dívidas
sociais, de desenvolvimento".Macri
acusou o governo kirchnerista de ter emitido moeda "de modo
irresponsável, que gerou inflação, em meio à maior pressão tributária da
história do país"."Tanto
pela inflação e as barreiras, a banda (de controle cambial), as
restrições para importar e exportar, o Estado foi um obstáculo em vez de
ser estímulo e apoio", afirmou Macri."As
forças de segurança estão mal equipadas e maltratadas, com pouca
capacidade de prevenir". "O sistema de defesa está desassistido", o que
atribuiu "à incompetência e aos traumas ideológicos" do antigo governo
de centro-esquerda.Depois
de dedicar meia hora de seu discurso de abertura do ano legislativo, se
comprometeu "a publicar todos os dados, área por área, para que todos
saibam o estado que a Argentina em dezembro de 2015".
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